Peter Bogdanovich homenageado no Festival Lumière
De 13 a 21 de Outubro, o festival em Lyon dedicado à história do cinema vai honrar o realizador e historiador de cinema norte-americano.
Já tinha sido anunciado em Junho (https://www.publico.pt/2018/06/12/culturaipsilon/noticia/jane-fonda-vai-receber-um-premio-no-festival-lumiere-1834103) que a 10ª edição do Festival Lumière, o certame organizado pelo instituto homónimo em Lyon, França, que se dedica à história do cinema, ia dar o prémio principal a Jane Fonda, pelo seu trabalho no cinema e o activismo político. Mas o festival, dirigido pelo homem de Cannes, Thierry Frémaux, e que decorre de 13 a 21 de Outubro não se fica por aí em termos de homenagens. Este ano haverá também um tributo a Peter Bogdanovich (n.1939), o realizador e historiador de cinema cujo percurso assenta como uma luva na programação de uma mostra dedicada a restauros e novas cópias de clássicos e documentários sobre o passado cinematográfico.
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Já tinha sido anunciado em Junho (https://www.publico.pt/2018/06/12/culturaipsilon/noticia/jane-fonda-vai-receber-um-premio-no-festival-lumiere-1834103) que a 10ª edição do Festival Lumière, o certame organizado pelo instituto homónimo em Lyon, França, que se dedica à história do cinema, ia dar o prémio principal a Jane Fonda, pelo seu trabalho no cinema e o activismo político. Mas o festival, dirigido pelo homem de Cannes, Thierry Frémaux, e que decorre de 13 a 21 de Outubro não se fica por aí em termos de homenagens. Este ano haverá também um tributo a Peter Bogdanovich (n.1939), o realizador e historiador de cinema cujo percurso assenta como uma luva na programação de uma mostra dedicada a restauros e novas cópias de clássicos e documentários sobre o passado cinematográfico.
Programador de filmes do Museum of Modern Art em Nova Iorque no início dos anos 1960, foi depois jornalista da Esquire – é conhecido pelas suas entrevistas a grandes nomes do cinema, tendo mantido uma amizade duradoura com Orson Welles, sobre quem escreveu livros. Tal como os seus heróis da Nouvelle Vague, fez a transição para realizador, com Alvos, em 1968, produzido por Roger Corman, que tinha conhecido durante uma sessão de cinema. Em 1971, foi o responsável por A Última Sessão (The Last Picture Show), ainda hoje um dos seus mais celebrados filmes e uma das jóias do cinema americano dos anos 70. Tem uma carreira esporádica como actor, seja nos seus próprios filmes, nos filmes dos outros ou na televisão (participou em várias temporadas de Os Sopranos, por exemplo).
A Última Sessão é um dos filmes mostrados no festival, além de Que se Passa Doutor? (What’s Up, Doc?, 1972), Lua de Papel (Paper Moon, de 1973), Directed by John Ford, um documentário sobre o realizador realizado em 1971 e retocado em 2006, bem como One Day Since Yesterday: Peter Bogdanovich & the Lost American Film, documentário feito em 2014 por Bill Teck. Mas também há novidades nesta homenagem, tal como a estreia de The Great Buster, um novo documentário que Bogdanovich realizou sobre Buster Keaton, bem como a estreia em França de um novo restauro de Noites de Singapura (Saint Jack, 1979), um filme algo subvalorizado na obra do realizador em que Ben Gazzara, com quem voltaria a colaborar em Romance em Nova Iorque (They All Laughed, 1981) é um proxeneta a tentar singrar na vida na Ásia. O festival coincide também com a edição em França de The Killing of the Unicorn, o livro que Bogdanovich escreveu em 1984 sobre a sua relação com Dorothy Stratten, a modelo e actriz assassinada em 1980, e o lançamento de novos DVDs e Blu-Rays de A Última Sessão e Noites de Singapura.