Meios de combate no máximo para que nada falhe outra vez

Com a ameaça da frente quente, que pode provocar uma vaga de incêndios, o Governo faz regressar os dois aviões emprestados à Suécia para ter a força de combate na máxima força.

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Alguns carros de combate chegaram este mês aos bombeiros LUSA/PAULO CUNHA

Depois dos incêndios do ano passado, o Ministério da Administração Interna decidiu alterar a disponibilidade dos meios de combate a incêndios, acabando com as chamadas “fases de combate” para as substituir por “níveis de actuação”, que na prática são quase coincidentes com as fases, mas com maior flexibilidade. Com as altas temperaturas previstas para esta semana, o país já está no chamado “nível reforçado”, o mais elevado.

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Depois dos incêndios do ano passado, o Ministério da Administração Interna decidiu alterar a disponibilidade dos meios de combate a incêndios, acabando com as chamadas “fases de combate” para as substituir por “níveis de actuação”, que na prática são quase coincidentes com as fases, mas com maior flexibilidade. Com as altas temperaturas previstas para esta semana, o país já está no chamado “nível reforçado”, o mais elevado.

Em números redondos, a força estar no máximo significa que estão disponíveis, ou que podem ser mobilizados, quase onze mil homens e mulheres para o combate. O dispositivo é composto por 10.767 elementos, entre bombeiros voluntários, profissionais e outros elementos que podem ser mobilizados, como agentes da Protecção Civil ou militares da GNR.

Além da força humana, de acordo com o plano traçado na Primavera, estarão neste momento disponíveis 2463 veículos (incluindo autotanques, carros de combate e viaturas de transporte dos bombeiros).

Por fim, em termos de aeronaves, este é o período em que mais helicópteros e aviões estão ao serviço da Autoridade Nacional de Protecção Civil. A Directiva Operacional Nacional, que define todos os meios que podem ser utilizados, previa que neste momento estivessem a postos 55, o máximo possível. Contudo, tendo em conta que os três helicópteros Kamov continuam parados, por causa do diferendo entre o Estado e a empresa que os opera, estarão 52 aeronaves ao serviço. É o número mais alto dos últimos anos. 

Nesta segunda-feira, o Ministério da Administração Interna fez saber ainda que, face à “previsão de agravamento das condições meteorológicas e de risco de incêndio nos próximos dias”, quer reagrupar todo o dispositivo aéreo e que, por isso, fez regressar os dois aviões anfíbios que estiveram a ajudar no combate aos incêndios na Suécia.

Este ano tem sido atípico. Em média (e olhando para o que tem sido a realidade dos fogos no país desde 2008), a área ardida por esta altura, fins de Julho, tem sido de cerca de 30.200 hectares. Este ano, os números são radicalmente diferentes. Arderam, até agora, 1327 hectares em Portugal, de acordo com os dados do EFFIS (Sistema de Informação Europeu sobre Fogos Florestais), que tem em conta apenas incêndios que afectam mais de 30 hectares. De acordo com a análise das imagens de satélite, feita pelo EFFIS, o país com maior área ardida até agora é a Suécia, quase 19 mil hectares, quando, por esta altura do ano, costuma ter uma média de 460. Segue-se a Turquia (17.378 hectares) e o Reino Unido (14.000). Com A.S.