Eslováquia alarmada com base de grupo motard pró-Putin Lobos da Noite

Grupo que homenageia Estaline e o Exército Vermelho é acusado de ter lutado ao lado dos separatistas pró-russos da Ucrânia.

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Os símbolos no blusão de um dos membros do grupo Hannibal Hanschke/Reuters

Ao todo, não serão mais de 5000, entre a Rússia e países que pertenceram à União Soviética. Mas chegam para preocupar governos. Já houve países da União Europeia que recusaram vistos aos seus membros e tentaram impedi-los de atravessarem o seu território na marcha anual até Berlim, com que assinalam o fim da Segunda Guerra Mundial. Agora é o Governo da Eslováquia que se diz “perturbado”, face ao quartel-general que o grupo motard Lobos da Noite tem em Dolna Krupa, a 70 km da capital, Bratislava.

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Ao todo, não serão mais de 5000, entre a Rússia e países que pertenceram à União Soviética. Mas chegam para preocupar governos. Já houve países da União Europeia que recusaram vistos aos seus membros e tentaram impedi-los de atravessarem o seu território na marcha anual até Berlim, com que assinalam o fim da Segunda Guerra Mundial. Agora é o Governo da Eslováquia que se diz “perturbado”, face ao quartel-general que o grupo motard Lobos da Noite tem em Dolna Krupa, a 70 km da capital, Bratislava.

“A influência dos seus membros é negativa, principalmente na disseminação das opiniões com que tentam reescrever a história”, disse à emissora britânica BBC Peter Sulko, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros eslovaco. Questionado sobre essas opiniões, Sulko deu como exemplos “que a Crimeia é, foi e será sempre russa, que Estaline foi um grande herói, que a NATO [que a Eslováquia integra] é uma organização criminosa, etc.”

Os Lobos da Noite, criados em 1989, são alvo de sanções dos Estados Unidos, que os acusam de apoio militar aos rebeldes pró-russos da Ucrânia. Segundo a Casa Branca, “estiveram próximos dos serviços especiais russos, ajudando a recrutar combatentes separatistas em Donetsk e Luhansk, no Leste da Ucrânia, e estando mobilizados em Luhansk e Kharkiv”.

Ainda de acordo com os EUA, durante a anexação da Crimeia, em 2014, o grupo “participou nos ataques à estação de distribuição de gás em Strikolkove e no raide ao quartel-general das Forças Navais Ucranianas em Sebastopol”.

“Pela Pátria! Por Estaline!” é o lema do grupo que em 2011 teve a honra de ver Vladimir Putin montar numa das suas motas num festival de motards. Dois anos depois, Putin condecorou o líder dos Lobos da Noite, Alexander Zaldostanov, com a Medalha de Ouro Russa. Zaldostanov visita com frequência a Crimeia, tendo defendido a anexação russa da península de população de maioria etnicamente russa.

Na Eslováquia, escreveu o líder, os motards “prestam homenagem aos heróis que libertaram o mundo do fascismo, pelo que a criação de um complexo museológico, dedicado aos acontecimentos da Segunda Guerra é lógica, legítima e desejável”. Para já, na base em Dolna Krupa, há veículos militares antigos.

Os Lobos da Noite partilham o complexo com os nacionalistas eslovacos NV Europa, liderados por Jozef Hambalek. De acordo com os media locais, Hambalek é dono do local, onde antes funcionava uma suinicultura.

O Presidente eslovaco, Andrej Kiska, descreve os Lobos da Noite como “uma ferramenta do regime que tem estado envolvido na ocupação de países vizinhos”, numa referência à intervenção russa na Ucrânia. Kiska considera os motards “um risco sério de segurança” para o país e Susko assegura que serão “cuidadosamente monitorizados”.