Governo afirma que cenário de privatização da CP é “fantasioso”
Ministério de Pedro Marques diz que vai ser lançado um concurso para desenvolver a empresa nas várias frentes em que opera: serviços suburbanos, regionais e longo curso.
O cenário de privatização de qualquer actividade da CP que, de acordo com o gabinete do ministro do Planeamento e Infra-estruturas, enquadra a notícia do PÚBLICO que dá conta do desinvestimento que tem vindo a ser feito nas soluções para comboios de longo curso é “completamente fantasiosa”. Num esclarecimento enviado às redacções, o gabinete de Pedro Marques afirma que CP e Governo estão a preparar o lançamento de um concurso internacional para aquisição de comboios que permita o desenvolvimento da empresa nos vários serviços que opera: serviços suburbanos, regionais e longo curso.
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O cenário de privatização de qualquer actividade da CP que, de acordo com o gabinete do ministro do Planeamento e Infra-estruturas, enquadra a notícia do PÚBLICO que dá conta do desinvestimento que tem vindo a ser feito nas soluções para comboios de longo curso é “completamente fantasiosa”. Num esclarecimento enviado às redacções, o gabinete de Pedro Marques afirma que CP e Governo estão a preparar o lançamento de um concurso internacional para aquisição de comboios que permita o desenvolvimento da empresa nos vários serviços que opera: serviços suburbanos, regionais e longo curso.
“O lançamento desse concurso está previsto no Orçamento do Estado para 2018 e resulta de uma proposta apresentada pelo actual Conselho de Administração da CP, cuja concretização tem vindo a ser desenvolvida em coordenação com o Governo”, refere o esclarecimento ministerial. Mas a nota não esclarece se vai ou não ser comprado material circulante para o longo curso (comboios idênticos aos actuais alfas pendulares, por exemplo) ou se serão apenas comboios para o serviço regional – 22 automotoras híbridas, segundo a notícia do PÚBLICO.
O PÚBLICO escreve que o Governo tem travado várias soluções que poderiam potenciar o serviço de longo curso da CP (que tem enfrentado um enorme aumento de procura e é um dos mais rentáveis da empresa) e que actualmente a empresa está sem opções, “nem investiu na recuperação da frota (diesel e eléctrica), nem comprou novas unidades”.
O executivo responde que a CP está “a investir fortemente na manutenção do material circulante, através da reestruturação da EMEF” e recorda que para tal foi recentemente autorizado o recrutamento de 102 trabalhadores. E sustenta-se na “tramitação temporal normalmente associada a este tipo de aquisições” para justificar a decisão da CP e do Governo, que entenderam “manter o programa de aluguer de material circulante a Espanha, de forma a suprir as necessidades de curto prazo no serviço regional”.
Mas nada se diz sobre qual vai ser o caderno de encargos do concurso para aquisição do material, nem o montante que vai ser investido. Mesmo que o concurso venha a ser lançado este ano, no Orçamento do Estado para 2018 não prevê nenhuma despesa.
A possibilidade de o Governo estar a tirar do caderno de encargos do futuro concurso os investimentos no longo curso poderá, então, ser confirmada quando este for lançado. O PÚBLICO recorda que em 2019 o serviço ferroviário de passageiros será liberalizado, ou seja, aberto a operadores privados, e que o mercado português será aberto a empresas estrangeiras.
"Tendo em conta o exposto, que tem sido amplamente noticiado, é completamente fantasiosa a notícia do PÚBLICO de hoje sobre esta matéria, como completamente fantasioso é o cenário de privatização de qualquer actividade da CP que enquadra a notícia", lê-se no esclarecimento.
Actualizado à 15h46 de 29/7/2018