Médicos saúdam contratações mas lamentam abertura tardia de concurso

O Governo vai abrir nesta quinta-feira concurso para contratar 1234 médicos que terminaram a especialidade.

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Rui Gaudencio

Os médicos lamentam a abertura tardia do concurso para contratar os mais de mil clínicos recém-especialistas, mas reconhecem que estas novas contratações ajudam parcialmente a resolver a carência de profissionais.

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Os médicos lamentam a abertura tardia do concurso para contratar os mais de mil clínicos recém-especialistas, mas reconhecem que estas novas contratações ajudam parcialmente a resolver a carência de profissionais.

O Governo vai abrir nesta quinta-feira concurso para contratar 1234 médicos que terminaram a especialidade nas áreas hospitalar, de medicina geral e familiar e de saúde pública, segundo confirmou o Ministério da Saúde.

"Este anúncio é tardio, mas ainda assim é positivo", indica o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, em declarações à agência Lusa.

Para o representante dos médicos, estas contratações "não resolvem os problemas de carência de capital humano do Serviço Nacional de saúde, mas ajudam parcialmente".

Contudo, o bastonário adianta que os concursos deviam abrir de forma mais célere, recordando a aprovação no parlamento de um diploma do PCP que obriga à abertura de concurso no prazo de 30 dias para contratar médicos recém-especialistas.

Estes jovens médicos concluíram a especialidade há cerca de três meses.

Também o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) lamenta "o tardio anúncio de abertura dos concursos", considerando que a indefinição dos prazos para contratar os novos especialistas faz com que "muitos médicos optem por ir para a privada ou para o estrangeiro".

"A abertura dos concursos tem de ser mais célere. Estes atrasos não são compagináveis com as necessidades do SNS", afirmou à agência Lusa o secretário-geral do SIM, Jorge Roque da Cunha.

Cláudio Espírito Santo, recém-especialista de medicina geral e familiar e porta-voz de um grupo de jovens médicos que lançou uma petição pública para exigir ao Governo a abertura imediata do concurso, considerou o anúncio uma boa notícia, mas que peca por ser tardia.

"É uma boa notícia porque cobre todas as vagas, mas a má notícia é que já vem tarde", disse o jovem médico à Lusa.

Cláudio Espírito Santo adiantou que é preciso aguardar pela publicação dos despachos em Diário da República, para saber como se as vagas abrem "onde realmente são precisas".

Numa nota de imprensa, o Ministério da Saúde adianta que os despachos que abrem concurso para os novos médicos serão hoje publicados em Diário da República.

Para os hospitais vão abrir 839 vagas, para a medicina geral e familiar estão destinadas 378 vagas e há 17 para a área da saúde pública.

O Ministério da Saúde destaca que as vagas a abrir nesta primeira fase "representam o maior número dos últimos anos".

"A distribuição de vagas teve como base um conjunto de critérios que consideram as necessidades de cada instituição do SNS, com especial enfoque nas regiões do interior e Algarve", acrescenta a nota.

A abertura de vagas para medicina geral e familiar vai permitir que sejam atribuídos médicos de família a mais 500 mil portugueses.