Um livro para devolver o verde ao “celeiro da Síria”
A Federação Democrata do Norte da Síria quer angariar fundos para publicar o livro Make Rojava Green Again, cujas receitas vão ajudar a reconstrução do Curdistão Sírio.
A Federação Democrata do Norte da Síria (DFNS) está a fazer uma campanha de angariação de fundos para a publicação do livro Make Rojava Green Again. O dinheiro da venda do livro será usado para desenvolver e acelerar o trabalho das Unidades de Protecção Popular e das Mulheres contra o Daesh, ao mesmo tempo que os habitantes reerguem as suas vidas e tentam reflorestar a região.
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A Federação Democrata do Norte da Síria (DFNS) está a fazer uma campanha de angariação de fundos para a publicação do livro Make Rojava Green Again. O dinheiro da venda do livro será usado para desenvolver e acelerar o trabalho das Unidades de Protecção Popular e das Mulheres contra o Daesh, ao mesmo tempo que os habitantes reerguem as suas vidas e tentam reflorestar a região.
O projecto conta como as pessoas do Curdistão Sírio tentam recuperar aquele que já foi considerado “o celeiro da Síria”. “Numa linguagem que faz a ponte entre o utópico e o concreto, o poético e o quotidiano, a Federação Democrática do Norte da Síria construiu uma visão e um manual do que é que uma sociedade livre e ecológica pode ser”, explica Debbie Bookchin, citada no site Crowdfunder.
Até 6 de Agosto, a DFNS pretende angariar 3000 libras (perto de 3375 euros) para concretizar os projectos a que se propõe.
Rojava – que significa Oeste em árabe – tem uma fronteira de 900 quilómetros com a Turquia e é uma das zonas com mais reservas naturais da Síria (petróleo e o rio Eufrates), além de terras férteis para a agricultura. Durante anos, os governos sírios desinvestiram nesta região e fomentaram a monocultura do trigo, que esgotou os solos.
A Federação Democrata do Norte da Síria está agora a tentar reaproveitar as condições favoráveis do território e usá-las em favor de quem lá tenta recomeçar do zero. As bases desta comuna vêm da ideologia proposta pelo líder independentista curdo Abdullah Öcalan, em meados da década de 1990, e que assenta no poder das mulheres, numa organização comunitária da sociedade, na ecologia, na inclusão de todas as religiões e minorias étnicas e na conformação de organizações de autogoverno e autodefesa.
Actualmente, no Rojava, 40% dos cargos políticos são desempenhados por mulheres e existem dezenas de assembleias locais pelos três cantões, aparentemente justas e equilibradas.