Concurso para jovens médicos já tem luz verde. Vão ser colocados 1234

A maior parte das vagas (839) são para as especialidades hospitalares. Nos centros de saúde vão ser colocados 378 médicos de família. E há lugares para 17 médicos de saúde pública.

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Nelson Garrido

O maior concurso dos últimos anos para médicos recém-especialistas, com um total de 1234 vagas, foi autorizado nesta quinta-feira e vai permitir dar médico de família a mais 500 mil utentes, anunciou o Governo.

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O maior concurso dos últimos anos para médicos recém-especialistas, com um total de 1234 vagas, foi autorizado nesta quinta-feira e vai permitir dar médico de família a mais 500 mil utentes, anunciou o Governo.

O despacho de autorização do concurso, que tem 1234 vagas no total, vai ser publicado esta quinta-feira no Diário da República. A maior parte das vagas são para especialidades hospitalares (839), 378 são lugares para médicos de família e 17 são para a área da saúde pública.

"A distribuição de vagas teve como base um conjunto de critérios que consideram as necessidades de cada instituição do SNS, com especial enfoque nas regiões do interior e Algarve", explica o gabinete do ministro da Saúde em nota divulgada nesta quinta-feira.

"Com a contratação destes profissionais, conjugada com a atribuição de incentivos à fixação em zonas carenciadas, será reforçada de forma substancial a resposta ao nível dos cuidados hospitalares e cuidados de saúde primários em todo o país, sendo atribuído médico de família a mais 500 mil portugueses", especifica o gabinete de Adalberto Campos Fernandes.

A notícia já tinha sido adiantada quarta-feira pelo bastonário da Ordem dos Médicos e pelo Conselho Nacional do Médico Interno no Facebook. 

A pressão para a colocação rápida dos especialistas que terminaram o internato médico em Abril intensificou-se nas últimas semanas, com a Ordem e as duas estruturas sindicais que representam os médicos a multiplicarem os apelos à abertura dos concursos e as críticas pela não colocação atempada dos jovens médicos.

As críticas aumentaram de tom depois de, em 13 de Julho, o Governo ter lançado um outro concurso para a contratação de 400 médicos aposentados para exercerem funções no SNS. Um grupo de recém-especialistas em medicina geral e familiar lançou mesmo uma petição pública a exigir a abertura imediata do concurso que lhes permite exercer e receber como especialistas. <_o3a_p>

Todas as estruturas que representam os médicos recordaram o atraso verificado na colocação dos jovens que terminaram a especialidade em 2017 e que aguardaram nalguns casos mais de dez meses pela abertura dos concursos, o que fez com que vários acabassem por desistir de esperar e saíssem do Serviço Nacional de Saúde.

Numa carta enviada em Junho aos ministros da Saúde e das Finanças, o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) reclamava a "abertura imediata" dos concursos, frisando que isso devia acontecer mal ficam homologadas as classificações finais dos recém-especialistas. A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) também alertou que os atrasos na abertura de concursos e a incerteza sobre o calendário a seguir são "um forte motivo de saída de jovens médicos do SNS".

Na semana passada, foi aprovada por unanimidade que a Assembleia uma proposta que estabelece a obrigatoriedade de os concursos para recrutamento dos médicos internos que concluíram com aproveitamento a formação específica serem feitos no prazo de 30 dias. O texto resultou de um projecto de lei do PCP.