Aviões para a Suécia e “canarinhos” para a Grécia

Governo garante que envio de meios humanos e técnicos não deixa o país desprotegido na prevenção e combate aos fogos florestais.

Foto
LUSA/PAULO CUNHA

Em menos de 48 horas, meios e pessoal de combate a incêndios florestais de Portugal foram ou vão ser enviados para dois cenários de operações de fogos florestais na Europa. Aos dois aviões anfíbios médios que partiram terça-feira de Vila Real para a Suécia, juntam-se 50 elementos da Força Especial de Bombeiros (FEB), conhecidos por “canarinhos”, que esta quarta-feira chegam à Grécia.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Em menos de 48 horas, meios e pessoal de combate a incêndios florestais de Portugal foram ou vão ser enviados para dois cenários de operações de fogos florestais na Europa. Aos dois aviões anfíbios médios que partiram terça-feira de Vila Real para a Suécia, juntam-se 50 elementos da Força Especial de Bombeiros (FEB), conhecidos por “canarinhos”, que esta quarta-feira chegam à Grécia.

“Esse pedido [de Atenas] foi feito na segunda-feira ao final do dia pelo Governo grego. Fizemos uma avaliação com grande urgência, compreendendo o nível dramático do que está a acontecer na Grécia. Decidimos dentro de um quadro de emergência e dos nossos recursos enviar, para já, cerca de 50 elementos dos FEB”, anunciou esta terça-feira o titular da Administração Interna. Eduardo Cabrita falava na partida da missão portuguesa para o combate aos fogos florestais na Suécia, composta por oito elementos da Autoridade Nacional de Protecção Civil, dois aviões médio anfíbios. Para este contingente, um C259 da Força Aérea Portuguesa transporta 700 quilos de material.

Quanto ao apoio à Grécia, o ministro sublinhou que a prioridade é de “apoio terrestre de pessoal especializado” e que será feita uma avaliação diária “em função das necessidades nacionais de meios disponíveis e da situação no terreno”. Esta ajuda de Portugal, considerou Eduardo Cabrita, significa que o país “dotou-se dos meios necessários para responder às necessidades do país” e para disponibilizar meios no âmbito da solidariedade europeia, tal como recebeu em 2017.

O envio dos 50 “canarinhos” para combater os fogos florestais na Grécia recebeu o apoio da Associação Nacional de Bombeiros Profissionais. “É uma demonstração de excelência e do mérito da FEB”, considerou em comunicado aquela associação.

O Presidente da República, o primeiro-ministro e o presidente da Assembleia da República enviaram mensagens de pesar aos seus homólogos helénicos pelas mortes e devastação provocadas pelos incêndios. Também a Associação de Vítimas de Pedrógrão Grande manifestou terça-feira a sua solidariedade junto do embaixador da Grécia em Lisboa.

Por seu lado, o secretário de Estado da Protecção Civil garantiu esta terça-feira que apesar do envio de dois meios aéreos para a Suécia “não haverá nenhum local do país que fique desprotegido por esta ou aquela decisão”.

José Artur Neves foi peremptório. “As projecções que temos até ao dia 31 [de Julho] permitem-nos tomar a decisão de darmos esta ajuda à Suécia, avaliaremos em cada momento e rapidamente também faremos voltar estes meios que em 48 horas estarão cá”, salientou. O secretário de Estado adiantou que desde o início do ano, já foram registados em Portugal seis mil fogos florestais.

“Todos os dias temos incêndios, mas o dispositivo que temos no terreno, neste momento, com 56 meios aéreos, menos dois dá 54. Mesmo assim é mais do que aquilo que tivemos nos últimos cinco anos que eram 48”, referiu Artur Neves.