Steve Bannon quer fazer fundação para ajudar populistas europeus

O novo Governo italiano, dominado pela Liga de Matteo Salvini, é o modelo do ex-estratega de Donald Trump.

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Steve Bannon quer ajudar os partidos de extrema-direita europeus a ter sucesso eleitoral MARTIN DIVISEK/EPA

Criar uma fundação na Europa para financiar e apoiar partidos populistas para obterem bons resultados nas eleições para o Parlamento Europeu de 2019 é o novo projecto de Steve Bannon, o ex-director do site de extrema-direita Breitbart e ex-estratega principal da Casa Branca de Donald Trump.

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Criar uma fundação na Europa para financiar e apoiar partidos populistas para obterem bons resultados nas eleições para o Parlamento Europeu de 2019 é o novo projecto de Steve Bannon, o ex-director do site de extrema-direita Breitbart e ex-estratega principal da Casa Branca de Donald Trump.

A ideia, explicou Bannon ao site norte-americano The Daily Beast, é que esta organização – a que ele chama O Movimento – seja uma espécie de resposta ao milionário norte-americano de origem húngara George Soros e à sua Open Society, que financia e apoia causas liberais e pró-europeias por todo o continente, com especial enfoque na Europa de Leste. Soros, que é judeu, é um alvo preferencial das forças de extrema-direita de ambos os lados do Atlântico.

A fundação terá sede em Bruxelas e pretende fazer sondagens, investigação e prestar serviços de aconselhamento político sobre a mensagem a transmitir para as formações de extrema-direita que estão a destacar-se em vários países europeus, aos quais muitas vezes faltam quadros experientes. No fundo, a ideia é ser um centro de competência e acção política para o populismo europeu, pelo que se depreende das palavras de Bannon, que por ora está a trabalhar a partir de Londres, juntamente com um ex-colaborador de Nigel Farage e editor da Breitbart, Raheem Kassam.

A ideia é também servir de ligação entre os movimentos de extrema-direita europeus e o Freedom Caucus norte-americano, um grupo de congressistas que inclui políticos conservadores e libertários, formado em 2015 – os mais à direita no Congresso dos EUA.

“Só tive esta ideia quando Marine Le Pen me convidou para falar no congresso da Frente Nacional em Lille”, contou Bannon, que foi despedido da Casa Branca em Agosto do ano passado. “Perguntei-lhe, o que é que querem que eu diga? E responderam-me: ‘Apenas que não estamos sozinhos’.”

Para o ex-director de campanha de Donald Trump, o seu modelo de sucesso é a coligação de Governo com os dois partidos anti-sistema e populistas em Itália. “Olhem para o Movimento 5 Estrelas e a Liga de Matteo Salvini. Usaram os seus próprios cartões de crédito. Conseguiram controlar a sétima maior economia mundial – usando os seus cartões de crédito”, afirmou.

 “A Itália é o coração pulsante da política moderna. Se funcionou lá, pode funcionar em qualquer lado”, declarou Bannon, que nos últimos meses tem passado muito tempo na Europa, nos países com partidos de extrema-direita fortes.