Pussy Riot vão passar duas semanas na prisão por invasão de campo na final
As quatro activistas das Pussy Riot que interromperam o jogo da final do Mundial, entre a França e a Croácia, foram condenadas a 15 dias de cadeia
“Quinze dias numa prisão russa”. Uma de cada vez, Veronica Nikulshina, Olga Kuracheva, Olga Pakhtusova, e Petya Verzilov ouviram todas a mesma sentença pela invasão de campo e interrupção do jogo final do Mundial de Futebol, disputado no passado domingo em Moscovo. As quatro membros da organização activista Pussy Riot foram condenadas a duas semanas de prisão efectiva, a que acrescem o impedimento de assistir a eventos desportivos durante três anos.
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“Quinze dias numa prisão russa”. Uma de cada vez, Veronica Nikulshina, Olga Kuracheva, Olga Pakhtusova, e Petya Verzilov ouviram todas a mesma sentença pela invasão de campo e interrupção do jogo final do Mundial de Futebol, disputado no passado domingo em Moscovo. As quatro membros da organização activista Pussy Riot foram condenadas a duas semanas de prisão efectiva, a que acrescem o impedimento de assistir a eventos desportivos durante três anos.
A invasão de campo deu-se na segunda parte da final do Mundial, e obrigou a interromper por alguns instantes a partida entre a França e a Croácia, num momento em que a selecção balcânica se lançava num contra-ataque. As quatro mulheres irromperam no campo em várias direcções, envergando fardas de polícia, sendo posteriormente arrastadas para fora do relvado. Mas a foto mais partilhada deve ter sido aquela em que uma das activistas cumprimenta com as duas mãos o jogador francês Kylian Mbappé.
Foi nos minutos seguintes à invasão de campo que as Pussy Riot reivindicaram no Twitter a sua acção, e nela prontamente explicaram a razão de terem vestido fardas. O motivo de inspiração era o poeta, artista e intérprete russo Dmitri Aleksandrovich Prigov, que morrera 11 anos antes e que, entre as suas performances icónicas, desenvolveu a imagem de um polícia ideal – ou de um "polícia angelical", como se lhe referiram as Pussy Riot. “O polícia angelical protege o filho enquanto dorme, enquanto o policia terrestre persegue os presos políticos e priva as pessoas de colocarem gostos e partilharem conteúdos nas redes sociais”, escrevem as activistas no Twitter.
Como sublinha a cronista da New Yorker, Masha Green, há na Rússia de Putin várias pessoas atrás das grades por supostos crimes políticos que, na verdade, não passam de partilhas de publicações nas redes sociais. A acção das Pussy Riot acabou por ser a único momento em que o regime de Putin foi, de alguma maneira, posto em causa durante a realização do torneio, tendo as activistas recordado, no comunicado que partilharam no Twitter, que a organização do Campeonato Mundial de Futebol até poderia fazer o mundo acreditar que “a Rússia é um país integrado, num mundo amistoso”. “O Campeonato do Mundo lembrou-nos a possibilidade de existir um polícia angelical numa Rússia maravilhosa e progressista”, lê-se no comunicado das activistas. “Mas o policia terreno, que intervém no jogo todos os dias e não conhece regras, está a destruir o nosso mundo.”