Presidente da Eritreia faz visita histórica à Etiópia
Alguns etíopes compararam o restabelecimento das relações entre os dois países com a queda do Muro de Berlim.
O Presidente da Eritreia, Isaias Afwerki, chegou neste sábado à Etiópia para a primeira visita em 22 anos e na sequência da recente deslocação histórica do primeiro-ministro etíope a Asmara.
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O Presidente da Eritreia, Isaias Afwerki, chegou neste sábado à Etiópia para a primeira visita em 22 anos e na sequência da recente deslocação histórica do primeiro-ministro etíope a Asmara.
Sob fortes medidas de segurança, milhares de pessoas sairam à rua em Adis Abeba para receberam Afwerki, de 72 anos, cuja visita é mais um passo para pôr fim ao estado de guerra entre os dois países.
O novo primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, quebrou o gelo no mês passado ao aceitar totalmente um acordo de paz que pôs fim a um conflito fronteiriço e visitou a Eritreia na semana passada.
Alguns etíopes compararam o restabelecimento das relações entre os dois países com a queda do Muro de Berlim.
As ligações telefónicas foram abertas e os primeiros voos programados da Ethiopian Airlines para a Eritreia começam na quarta-feira.
A Etiópia e a Eritreia chegaram a acordo no início do mês para retomar relações diplomáticas e abrir as fronteiras, depois de décadas de hostilidades.
"Concordamos com a retomada do tráfego aéreo e marítimo, a movimentação de pessoas entre os dois países e a reabertura de embaixadas", declarou o primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, depois de conversações com o Presidente da Eritreia.
Os dois países romperam ligações diplomáticas no início de um conflito pelas fronteiras, que os opôs entre 1998 e 2000 e que fez cerca de 80 mil mortos.
As relações mantiveram-se tensas, depois de a Etiópia ter recusado ceder à Eritreia um território fronteiriço disputado entre os dois países, apesar de uma comissão internacional independente apoiada pelas Nações Unidas (ONU) ter decidido nesse sentido em 2002.
Antiga província etíope no Mar Vermelho, a Eritreia declarou independência em 1993, depois de expulsar as tropas etíopes dos seus territórios em 1991, pondo termo a três décadas de guerra.