Obras do metro vão desviar linhas de comboio e eléctrico na 24 de Julho

Estudo de Impacte Ambiental refere que os carris terão de ser deslocados. Refere também que haverá 9,2 milhões para expropriações.

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bruno lisita

Durante as obras de expansão do metropolitano de Lisboa, que dará origem à nova Linha circular e a duas novas estações — Estrela e Santos — , as linhas de comboio que atravessam paralelamente a Avenida 24 de Julho terão de ser desviadas, bem como a faixa que percorre a mesma avenida e que é reservada à circulação de eléctricos, autocarros e táxis. Esta é uma das conclusões do Estudo de Impacte Ambiental (EIA) das obras de prolongamento do metropolitano de Lisboa, que está desde quinta-feira em consulta pública. As obras de expansão do metro no seu total, refere, terão uma duração de três anos e meio, no máximo, mas espera-se que as perturbações não se façam sentir durante todo este tempo.

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Durante as obras de expansão do metropolitano de Lisboa, que dará origem à nova Linha circular e a duas novas estações — Estrela e Santos — , as linhas de comboio que atravessam paralelamente a Avenida 24 de Julho terão de ser desviadas, bem como a faixa que percorre a mesma avenida e que é reservada à circulação de eléctricos, autocarros e táxis. Esta é uma das conclusões do Estudo de Impacte Ambiental (EIA) das obras de prolongamento do metropolitano de Lisboa, que está desde quinta-feira em consulta pública. As obras de expansão do metro no seu total, refere, terão uma duração de três anos e meio, no máximo, mas espera-se que as perturbações não se façam sentir durante todo este tempo.

Segundo o relatório, terá sido proposto “o desvio da linha de comboio, sendo uma das vias desviada para a Av. 24 de Julho (para Norte) e a outra via para a Rua Cintura do Porto de Lisboa. Os postos de catenária afectados serão relocalizados/adaptados”.

O relatório afirma que em primeiro lugar será executado o desvio da Carris, que corresponde à via actualmente reservada à circulação de transportes públicos. A etapa seguinte, acrescenta o documento, “será a desactivação dos carris existentes e a execução do desvio da via da CP (ficando esta em área ainda não afectada directamente pela obra a céu aberto).”

Segundo o EIA, a situação será normalizada, ou seja, a circulação de comboios, autocarros e eléctricos voltará às vias para tal destinadas após a “execução do troço de túnel entre o término do Cais do Sodré e o separador da Av. 24 de Julho que limita com a linha da Carris existente.” Primeiro serão repostas as linhas da CP e após a execução do último troço de túnel a linha da Carris voltará a circular na via actualmente existente. 

9,2 milhões para expropriações

O EIA é parco em informações sobre as expropriações, mas avança que estão previstos 9,2 milhões de euros para essas situações, classificados como despesas de investimento (o maior valor é o da empreitada, com uma factura de 175 milhões). Até aqui, o único montante para expropriações conhecido era de cinco milhões de euros, inscrito no plano de actividades do Metro de Lisboa para este ano. 

No resumo não técnico do EIA explica-se que será necessário a “ocupação definitiva” de uma área total de 800 metros quadrados de domínio privado, além de 17.000 metros quadrados de domínio público. 

Depois, há também 9000 metros quadrados de domínio privado e 40.000 metros quadrados de domínio público que serão alvo de “ocupação temporária”, com a “instalação de estaleiros, realização de desvios e de todos os trabalhos no interior do limite de intervenção definido”. 

De acordo com o documento, “as superfícies referentes às ocupações definitivas serão objecto de aquisição ou de transferência de propriedade pelo Metropolitano de Lisboa”, e vão ser “impreterivelmente verificadas junto dos serviços cadastrais”. Já as ocupações provisórias “serão alvo de negociação” e “todas as áreas que venham a ser utilizadas durante a obra (ocupações temporárias) serão devidamente requalificadas, estando previsto o desenvolvimento de um projecto de arquitectura paisagista para esse efeito”.

Diminuição dos tempos de espera e aumento do número de passageiros

Com a nova configuração de rede, com o acrescento de duas novas estações e da linha circular, o relatório afirma que haverá uma melhoria na oferta dos serviços uma vez que serão diminuídos os tempos de espera entre cada comboio. Na Linha Verde — futura linha circular — os tempos de percurso entre as estações já existentes irão reduzir visto que “o comboio irá circular com uma velocidade máxima de 60 km/h (em vez dos actuais 45 km/h)”. Quanto aos tempos de espera, diz que serão “inferiores em todos os casos excepto na Linha Vermelha, onde se irá manter.”

O intervalo entre comboios na Linha Circular Verde será de 3 minutos e 50 segundos, em vez dos actuais 5 minutos e 5 segundos. Na Linha Azul também reduzirá de 5 minutos e 45 segundos para 4 minutos e na Linha Vermelha haverá uma “pequena redução do intervalo entre comboios apenas durante o dia”. Na futura Linha Amarela, o intervalo entre comboios reduzirá 50 segundos no período de ponta da manhã e “no corpo do dia será muito beneficiado”, acrescenta o relatório. 

O relatório conclui ainda que a opção de fazer o novo prolongamento transformando a Linha Verde numa Linha Circular é “mais vantajosa do que a de manter a estrutura de rede existente, permitindo captar mais 109 milhões de passageiros durante o período de 30 anos de operação e 3 milhões de passageiros logo no primeiro ano de exploração do projecto. 

A criação da linha circular do metro e consequentes obras de expansão têm estado debaixo de polémica, nomeadamente por parte de um grupo de cidadãos de Odivelas que afirma que “a criação da rede circular no metropolitano de Lisboa vai apresentar inconvenientes para os utentes e para a operação e manutenção da linha, pondo em causa o equilíbrio da rede e comprometendo o crescimento futuro”. A Linha Amarela passará a ligar Odivelas a Telheiras (com desvio no Campo Grande) e as restantes actuais estações que fazem parte desta linha (Cidade Universitária - Rato) passarão a fazer parte da Verde, que irá assumir um trajecto circular, fazendo com que quem viaja de Odivelas tenha de trocar para chegar ao centro da cidade.