Andar de comboio no Algarve é embarcar numa aventura
Supressão de comboios, linha férrea degradada e material obsoleto são apenas alguns dos problemas do dia-a-dia. A chegada do Verão tornou mais evidente a crónica deficiência das infra-estruturas regionais.
Utilizar o comboio no Algarve é entrar numa aventura. Os horários não são cumpridos, o material circulante está obsoleto. A linha férrea - velha e degradada - completa o rol das muitas queixas feitas pelos utentes. Por último, dizem clientes e organizações sindicais, a supressão de comboios é uma constante. Na tarde desta sexta-feira, na estação da CP de Faro, a União de Sindicatos do Algarve/CGTP-IN convocou uma “concentração” para fazer eco das queixas que se têm vindo a avolumar, com maior intensidade desde há cerca de um ano.
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Utilizar o comboio no Algarve é entrar numa aventura. Os horários não são cumpridos, o material circulante está obsoleto. A linha férrea - velha e degradada - completa o rol das muitas queixas feitas pelos utentes. Por último, dizem clientes e organizações sindicais, a supressão de comboios é uma constante. Na tarde desta sexta-feira, na estação da CP de Faro, a União de Sindicatos do Algarve/CGTP-IN convocou uma “concentração” para fazer eco das queixas que se têm vindo a avolumar, com maior intensidade desde há cerca de um ano.
A assistente comercial, Zélia Rodrigues, a trabalhar na estação de Tavira, sindicalista, comentou: “É muito triste. Os utentes vão desabafar connosco porque somos nós que estamos a dar a cara”. A média diária de supressão de comboios no sotavento algarvio é de quatro a cinco comboios "mas já houve dias com dez a doze comboios em falta”, sublinhou. Quando o comboio não chega, disse, pede-se autorização superior para colocar autocarros de substituição.
A chegada do Verão veio acentuar os problemas crónicos numa região que triplica a população nos próximos meses. “Ninguém consegue assumir um compromisso a contar com o caminho-de-ferro e os turistas queixam-se todos os dias”, afirmou a sindicalista, manifestando-se solidária para com quem reclama direitos que lhes são negados.
De Faro a Olhão, em condições normais, a viagem demora cerca de dez minutos. Porém, os atrasos chegam a atingir a meia hora. A denúncia foi feita por Hermínia Cruz, utente regular da CP. “O ar condicionado não funciona, os comboios não são limpos, e constantemente são suprimidos por causa das avarias”.
O coordenador da União de Sindicatos do Algarve, António Goulart, diz que o que está a acontecer é “tudo contrário aquilo que deve ser um política correcta de transportes - em vez de se retirar automóveis da estrada, faz-se exactamente o contrário”. No Algarve, existe ainda a agravante da Estrada Nacional (EN) 125 continuar em elevado estado de degradação no sotavento algarvio e encontrar-se permanentemente congestionada.
O Governo anunciou a intenção de proceder à electrificação da linha férrea do Algarve em 2020.