YouTube cria nova ferramenta para proteger direitos de autor

Funcionalidade vai detectar cópias e destina-se a contas com mais de 100 mil subscritores.

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O YouTube é frequentemente criticado por falsos positivos a detectar violações de direito de autor Reuters/DADO RUVIC

O YouTube desenvolveu uma funcionalidade que permite aos criadores de vídeos na plataforma pedir a remoção de cópias que tenham sido republicadas por outros utilizadores. A nova ferramenta junta-se a um controverso mecanismo de detecção de violação de direitos de autor que o YouTube já usa e que foi concebido sobretudo para organizações profissionais, como editoras de música e canais de televisão.

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O YouTube desenvolveu uma funcionalidade que permite aos criadores de vídeos na plataforma pedir a remoção de cópias que tenham sido republicadas por outros utilizadores. A nova ferramenta junta-se a um controverso mecanismo de detecção de violação de direitos de autor que o YouTube já usa e que foi concebido sobretudo para organizações profissionais, como editoras de música e canais de televisão.

A nova funcionalidade chama-se Copyright Match e vasculha automaticamente o YouTube em busca de cópias de um vídeo (sejam cópias exactas ou vídeos “muito semelhantes”). Se forem encontrados vídeos replicados, o criador do original é notificado e pode contactar o utilizador responsável pela cópia ou pedir ao YouTube a remoção do vídeo. Estes pedidos serão revistos pela empresa, que apela aos utilizadores para só solicitarem a remoção se tiverem a certeza de que têm os direitos de autor do conteúdo e de que se trata de uma infracção. O Copyright Match vai começar por ser disponibilizado a contas com mais de 100 mil assinantes.

Este novo mecanismo do YouTube – que é propriedade do Google e a maior plataforma do género – surge numa altura em que uma revisão das regras dos direitos de autor online suscitou um debate aceso na União Europeia. Na semana passada, o Parlamento Europeu acabou por votar contra o avanço de um processo legislativo para uma nova directiva que pretendia obrigar as plataformas online a terem filtros de conteúdo para detectar violações de direitos de autor. A votação seguiu-se a meses de campanha feroz por parte de ambos os lados. O texto da proposta será agora alvo de novo debate em Setembro.

O funcionamento do novo Copyright Match não é muito diferente do Content ID, uma funcionalidade que analisa todos os vídeos do YouTube para os comparar com uma extensa base de dados de conteúdo protegido por direitos de autor. A base de dados contém obras enviadas ao YouTube por estúdios de cinema, editoras de música, produtoras de televisão e outras entidades, que são notificadas quando é detectada alguma infracção. No caso da nova ferramenta, não há uma base de dados para comparação e as notificações são feitas para o primeiro utilizador que tiver publicado o vídeo copiado.

A tecnologia usada no Copyright Match é a mesma do Content Id, que tem sido alvo de críticas devido a vários falsos positivos, o que inclui remoções em casos de usos legítimos (como o uso de excertos de músicas e filmes em aulas) e casos em que os vídeos foram retirados da própria conta do autor.

"Sabemos como é frustrante quando o vosso conteúdo é republicado noutros canais sem permissão, o tempo que pode implicar procurar manualmente por estas republicações", escreveu Fabio Magagna, gestor de produto da nova funcionalidade, no blogue do YouTube. "Actualmente, disponibilizamos várias formas para os detentores de direitos protegerem as suas obras, mas ouvimos os criadores a dizerem que devíamos fazer mais e concordamos."

O YouTube está a enfrentar uma concorrência crescente por parte do Facebook, que tem vindo a apostar no vídeo. Depois de ter lançado no ano passado uma plataforma de conteúdos televisivos, que inclui programação original, foi a vez do Instagram (que é propriedade da rede social) criar a IGTV, uma espécie de televisão online, que permite aos utilizadores mais populares criarem vídeos com uma duração até uma hora.