Itália é a preferência dos alunos da Universidade do Porto para fazer Erasmus
Vice-reitora Maria de Lurdes Correia Fernandes avança que houve uma mudança na liderança dos países escolhidos, com Itália a ocupar o topo e a substituir Espanha, normalmente na liderança.
Itália ocupa pela primeira vez a preferência dos mais de 1200 estudantes da Universidade do Porto (UP) que vão fazer Erasmus no próximo ano lectivo, substituindo Espanha que liderava as escolhas, anunciou nesta quarta-feira a vice-reitora da instituição.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Itália ocupa pela primeira vez a preferência dos mais de 1200 estudantes da Universidade do Porto (UP) que vão fazer Erasmus no próximo ano lectivo, substituindo Espanha que liderava as escolhas, anunciou nesta quarta-feira a vice-reitora da instituição.
Durante a sessão de registos e assinatura dos protocolos dos mais de 1200 alunos que vão de Erasmus no próximo ano lectivo, que decorreu nesta quarta-feira na reitoria da UP, a vice-reitora Maria de Lurdes Correia Fernandes avançou à Lusa que houve uma mudança na liderança dos países escolhidos, com Itália a ocupar o topo e a substituir Espanha, normalmente na liderança.
"Há uma pequena alteração nos países escolhidos. A ordem tem sido Espanha, Itália, Brasil, Polónia e Alemanha, mas, este ano, há uma pequena inversão, porque Itália tem mais cerca de 40 estudantes do que Espanha. Ainda não estudamos o fenómeno, mas vamos querer perceber se é puramente pontual ou se é para continuar", salientou.
Miguel Veloso, de 22 anos, que frequenta o 4.º ano de Medicina, é um dos estudantes que, para estudar no próximo semestre, escolheu Itália de entre os 43 países com que a UP tem protocolo e revelou que "a cultura, a língua e o 'feedback'" dos colegas pesaram no processo da candidatura.
"Quero aproveitar a experiência, porque vai permitir-me ver como funcionam as coisas em Itália e para conseguir fazer escolhas para o meu futuro, até porque estou a pensar trabalhar no estrangeiro. É um país que funciona de um modo muito diferente de Portugal e a nível dos cuidados básicos de saúde, que é a minha área, também", contou.
Entre os países escolhidos, além de Itália, com 224 alunos, destacam-se Espanha, com 168, Polónia, com 100, Brasil, com 92, e Alemanha, com 84 estudantes a escolherem o destino para realizar a experiência.
"Eu creio que o efeito da língua é muito importante. Escolhem Espanha e Itália porque são línguas latinas e com alguma facilidade de compreensão, a Alemanha porque há muitos estudantes que estudam alemão e tem uma atractividade resultante do país, e a Polónia, porque é um país com um bom nível de vida", explicou a vice-reitora.
Também surpreendente para Maria de Lurdes Correia Fernandes é a escolha cada vez maior dos alunos por países asiáticos, como Taiwan, China ou Coreia do Sul, justificando que se prende com os "desafios individuais dos alunos" e que são os estudantes das áreas da saúde e da tecnologia que mais procuram estes destinos.
Pronto a voar para Macau está Gonçalo Covar, de 21 anos, estudante de Engenharia Electrotécnica e de Computadores, que se mostrou entusiasmado por passar seis meses com mais dois colegas, considerando ser "uma experiência única" devido à "cultura diferente" que vai encontrar.
Estudante na mesma licenciatura, Telmo Oliveira, de 22 anos, agarrou a oportunidade de viver seis meses na Colômbia, devido ao "ambiente cultural" e pela procura de uma "experiência enriquecedora".
A vice-reitora da UP explicou que o número de estudantes que escolhem fazer Erasmus "cresce todos os anos" e que os alunos têm a possibilidade de ir um semestre ou o ano inteiro.
"Temos como saída mais de 1.200 só neste semestre. Os que partem agora fazem só um semestre ou o ano todo, mas depois vão ainda muitos no 2.º semestre, ou seja, os quase 1.300 [número do último ano lectivo] vão aumentar, porque não estão incluídos os que vão só no 2.º semestre", referiu.
A escolha pela Universidade do Porto para estudar também está a aumentar, sendo que a vice-reitora avançou que no ano anterior foram cerca de 4.600 os estudantes estrangeiros acolhidos pela instituição.
"É um crescimento contínuo, que tem trazido um colorido às faculdades, mas que também implica grandes exigências, porque é preciso ter oferta de cursos de português, de inglês", afirmou.
A responsável esclareceu também que a maioria dos estudantes vêm do Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, "atraídos pelo factor cultural e pela língua" e que a escolha pela Universidade do Porto se prende pelo seu "prestígio" e "por a cidade estar na moda".