Contratação de Ronaldo leva trabalhadores da Fiat à greve

Acção de luta durará dois dias.

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Os trabalhadores da Fiat não querem carregar o peso económico de Cristiano Ronaldo Reuters/MASSIMO PINCA

Os trabalhadores da fábrica do grupo FCA (Fiat Chrysler Automobiles) em Melfi, no sul de Itália, vão fazer dois dias de greve em protesto contra “tanta iniquidade”. Em causa está a contratação de Cristiano Ronaldo pela Juventus, clube liderado por Andrea Agnelli, herdeiro do fundador da Fiat, e detido pela EXOR N.V., a mesma sociedade que é dona da FCA.

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Os trabalhadores da fábrica do grupo FCA (Fiat Chrysler Automobiles) em Melfi, no sul de Itália, vão fazer dois dias de greve em protesto contra “tanta iniquidade”. Em causa está a contratação de Cristiano Ronaldo pela Juventus, clube liderado por Andrea Agnelli, herdeiro do fundador da Fiat, e detido pela EXOR N.V., a mesma sociedade que é dona da FCA.

“É inaceitável que enquanto aos trabalhadores da FCA e CNHI [outra companhia automóvel do grupo EXOR] a empresa continua a pedir há anos enormes sacrifícios a nível económico, a mesma decida gastar centenas de milhões de euros para a aquisição de um futebolista”, pode ler-se no comunicado da Unione Sindacale di Base onde se convoca a greve.

A contratação de Cristiano Ronaldo foi oficializada na terça-feira pela Juventus, que pagará 105 milhões de euros ao Real Madrid. Um ordenado na ordem dos 30 milhões de euros por ano aguarda o futebolista português no clube de Turim – e onde poderá contar com um regime fiscal bem mais vantajoso do que aquele existente em Espanha.

“Dizem-nos que o momento é difícil, que devemos recorrer às prestações sociais enquanto esperamos pelo lançamento de novos modelos que nunca chegam. E enquanto os operários e as suas famílias apertam cada vez mais o cinto, os proprietários decidem investir imenso dinheiro num único recurso humano!”, acrescenta o texto da organização sindical, onde se questiona: “Isto é justo? É normal que uma pessoa ganhe milhões e milhares de famílias não consigam chegar ao fim do mês?”

“Os operários da Fiat constroem a fortuna dos proprietários há pelo menos três gerações, enriquecem quem anda em torno da empresa, e em troca recebem sempre e somente uma vida de miséria”, lê-se ainda no comunicado, onde se convoca a acção de luta em Melfi. A greve durará das 22h de domingo, 15 de Julho, até às 06h de terça-feira, 17 de Julho.