Governo prepara notificação electrónica alternativa à Via CTT

A adesão à notificação electrónica através da ViaCTT é obrigatória para os trabalhadores independentes e empresas desde 2012, o que levou recentemente à cobrança de coimas

Foto
Adriano Miranda

O Governo vai apresentar, no Orçamento do Estado, uma alteração que permita formas alternativas à ViaCTT para a notificação electrónica dos recibos verdes e das empresas, disse hoje o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O Governo vai apresentar, no Orçamento do Estado, uma alteração que permita formas alternativas à ViaCTT para a notificação electrónica dos recibos verdes e das empresas, disse hoje o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais.

"Estamos a trabalhar para que possamos apresentar no quadro do Orçamento do Estado [para 2019] uma alteração à Lei Geral Tributária que permita que, além da ViaCTT, possa haver formas alternativas de assegurar a notificação electrónica", anunciou António Mendonça Mendes no parlamento.

Para o secretário de Estado, a notificação electrónica é importante, não só a nível ambiental, mas também pela "promoção de segurança jurídica", ou seja, têm de assegurar a data de aviso, já que podem ser objecto de reclamação dos contribuintes.

A adesão à notificação electrónica através da ViaCTT é obrigatória para os trabalhadores independentes e empresas desde 2012, mas uma auditoria recente da Autoridade Tributária concluiu que essa obrigatoriedade não estava a ser cumprida, o que levou a que os contribuintes estivessem a ser notificados para o pagamento de coimas.

Numa primeira reacção, o secretário de Estado disse que os contribuintes podiam pedir dispensa do pagamento da coima, alegando ausência de "prejuízo para a receita" e "culpa diminuta".

Mais tarde, o Ministério das Finanças anunciou que suspendeu a cobrança de coimas aos trabalhadores independentes e empresas que não estão inscritos na Via CTT.

"Tenho um despacho feito no sentido de suspender todos os processos de contraordenação, assegurando a desresponsibilização desta obrigação para o futuro e para garantir, no quadro do princípio da igualdade, que aqueles que pagaram [as coimas] tenham o mesmo tratamento", afirmou António Mendonça Mendes no parlamento.