França nas meias-finais chama "celeste" à Terra

Ausência de Cavani e oferta de Muslera revelam-se decisivas para o adeus do Uruguai, eliminado com golos de Varane e Griezmann.

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A França garantiu, pela sexta vez na história, a qualificação para as meias-finais do Campeonato do Mundo, ao bater o Uruguai, por 2-0, no primeiro encontro dos quartos-de-final, disputado ontem em Nizhny Novgorod.

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A França garantiu, pela sexta vez na história, a qualificação para as meias-finais do Campeonato do Mundo, ao bater o Uruguai, por 2-0, no primeiro encontro dos quartos-de-final, disputado ontem em Nizhny Novgorod.

Varane desbloqueou e Griezmann sentenciou o jogo, apesar da “garra charrúa” e de a experiência dos “quartos” do África do Sul 2010 (penálti cometido por Suárez, frente ao Senegal, no último minuto, que os africanos enviaram à barra, levando a decisão para o desempate nas grandes penalidades, com apuramento do Uruguai) dizerem aos sul-americanos que só quando o árbitro apita é que tudo acaba.

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Infelizmente para Tabárez, uma defesa impressionante de Lloris e um “frango” inexplicável de Muslera fizeram toda a diferença num jogo que até começou bem para os bicampeões mundiais.

Com Stuani no lugar de Cavani, o Uruguai aproveitou a descoordenação inicial dos franceses para mostrar uma faceta diferente da que ditou a eliminação de Portugal, sem cinismos nem ferrolhos.

Mas o efeito surpresa pretendido por Óscar Tabárez, que na véspera procurara amaciar os vice-campeões europeus com um discurso de amizade e fraternidade, foi-se diluindo e a vertigem do futebol de Mbappé acabou por criar alguns desequilíbrios e problemas no tal sector empedernido da selecção “celeste”.

O Uruguai conseguira, no entanto, afectar uma França desligada, incapaz de fazer um remate à baliza de Muslera. Valia a Didier Deschamps a diferença gritante entre a categoria de Cavani e Stuani, com o suplente de “El Matador” a esvaziar todas as tentativas de obter um golpe certeiro que desesperasse o adversário e permitisse a Tabárez mudar de novo o chip para o futebol mais especulativo.

Mas para cúmulo, o Uruguai iria provar do seu próprio veneno, sofrendo um golo na sequência de uma bola parada defensiva: Bentancur cometeu falta dura sobre Tolisso, viu um amarelo que lhe retirou de imediato quaisquer hipóteses de estar no jogo seguinte, e ofereceu a Griezmann a possibilidade de ser o melhor amigo dos uruguaios a traçar uma trajectória perfeita para a entrada fulminante de Varane (40’). O central assinou o seu primeiro golo em partidas oficiais (tinha marcado duas vezes em amigáveis, há três anos) e chamou a “celeste” à Terra.

Apesar do choque, Cáceres esteve na iminência de empatar quatro minutos depois, também de livre, também de cabeça. A diferença esteve em Lloris, que voou para a defesa do dia, e no “alívio” de Godín, incapaz de acertar na baliza na recarga e empatar o jogo que foi para intervalo com a França em vantagem.

O pior para o Uruguai, porém, estava para vir, com Muslera no centro das atenções. O guarda-redes recebeu um aviso de Griezmann, que quase lhe roubou a bola na sequência de um atraso em que complicou demasiado. Não convencido, Muslera acabou por oferecer o segundo golo aos franceses, num remate sem grande perigo de Griezmann que o guarda-redes do Galatasaray deixou escapar por entre os dedos (61’).

A partir daí, as picardias provocadas por um episódio entre Mbappé e Rodríguez foram o momento mais intenso de um jogo que a França geriu até final, garantindo um lugar entre os quatro melhores do torneio e um duelo com a vizinha Bélgica.