Dois bombeiros detidos por suspeita de atearem fogos durante as folgas

Um profissional e um voluntário da corporação de Alenquer são suspeitos de terem provocado mais de duas dezenas de incêndios.

Foto
LUSA/PAULO CUNHA

Dois jovens bombeiros da corporação de Alenquer foram detidos pela Polícia Judiciária por suspeita de atearem mais de duas dezenas de fogos durante as folgas, estiveram esta quinta-feira a ser ouvidos em primeiro interrogatório judicial no tribunal de Alenquer. As medidas de coacção só vão ser conhecidas esta sexta-feira, passando os suspeitos mais uma noite no Estabelecimento Prisional anexo à sede da Judiciária, em Lisboa.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Dois jovens bombeiros da corporação de Alenquer foram detidos pela Polícia Judiciária por suspeita de atearem mais de duas dezenas de fogos durante as folgas, estiveram esta quinta-feira a ser ouvidos em primeiro interrogatório judicial no tribunal de Alenquer. As medidas de coacção só vão ser conhecidas esta sexta-feira, passando os suspeitos mais uma noite no Estabelecimento Prisional anexo à sede da Judiciária, em Lisboa.

Os dois bombeiros, um profissional de 20 anos e um voluntário de 25, actuariam em conjunto na maioria das situações, apesar das autoridades terem indícios de que, em alguns casos, agiram de forma isolada. Cerca de uma dúzia de incêndios terão ocorrido este ano e os restantes no ano passado. No entanto, fruto das condições meteorológicas que se viveram no ano passado, os fogos ocorridos em 2017 foram mais destrutivos do que os deste ano. 

Os incêndios ocorriam em zonas de mato e sempre dentro da zona de actuação da corporação a que pertenciam, o que implicava que fossem os colegas destes bombeiros a apagar os fogos. Também por isso a Polícia Judiciária admite que na origem dos crimes poderão estar eventuais diferendos com outros membros da corporação de Alenquer.

A detenção do bombeiro profissional ocorreu esta terça-feira, tendo a Polícia Judiciária ido buscar o suspeito ao quartel onde trabalha. Já o voluntário, mecânico de profissão, foi detido no dia seguinte, também na oficina onde estava a trabalhar. 

Contactados pelo PÚBLICO, os Bombeiros Voluntários de Alenquer remeteram para um comunicado em que informam que os dois bombeiros foram suspensos de funções. A nota, assinada pelo comandante da corporação, Rodolfo Batista e pelo presidente da direcção da associação, Emílio Cardoso, adianta que os Voluntários de Alenquer estão “a acompanhar o processo de investigação desde início, tendo já sido tomadas as providências necessárias”. Precisam que os dois bombeiros estão “suspensos de todas as suas funções e proibidos de entrar nas instalações”.

Os responsáveis da corporação garantem ainda estar “a prestar toda a colaboração com a Polícia Judiciária de Lisboa, visando o apuramento da verdade” e lamentam “este momento triste” para os Voluntários de Alenquer.

Habitantes das zonas atingidas pelos incêndios reportaram à GNR a existência de veículos suspeitos junto à zona onde os fogos deflagraram, o que esteve na origem das suspeitas sobre um dos bombeiros. Foi já no decurso da investigação da Judiciária que surgiu outro bombeiro como suspeito.