Negrão diz aos deputados que PSD votará contra OE 2019

Deputados criticam direcção de Rui Rio na reunião da bancada.

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Daniel Rocha

Foi mais uma reunião da bancada do PSD quente em que vários deputados atacaram a posição da direcção de Rui Rio. Numa intervenção dura, o ex-líder parlamentar Hugo Soares defendeu que o partido deveria votar contra o próximo Orçamento do Estado (OE), segundo relatos feitos ao PÚBLICO. Em resposta, Fernando Negrão assegurou que o partido votará contra o OE2019, uma garantia que Rui Rio ainda não deu. No final, perante os jornalistas, Negrão não foi tão taxativo, afirmando que “tendencialmente o voto do PSD poderá ser contra”.

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Foi mais uma reunião da bancada do PSD quente em que vários deputados atacaram a posição da direcção de Rui Rio. Numa intervenção dura, o ex-líder parlamentar Hugo Soares defendeu que o partido deveria votar contra o próximo Orçamento do Estado (OE), segundo relatos feitos ao PÚBLICO. Em resposta, Fernando Negrão assegurou que o partido votará contra o OE2019, uma garantia que Rui Rio ainda não deu. No final, perante os jornalistas, Negrão não foi tão taxativo, afirmando que “tendencialmente o voto do PSD poderá ser contra”.

O líder da bancada do PSD lembrou, tal como Rui Rio, que a proposta de OE 2019 ainda não é conhecida e que é elaborada de acordo “com Bloco e PCP”. Nesse sentido, “tendencialmente o voto do PSD poderá ser contra”. Questionado sobre se, na reunião, garantiu aos deputados o sentido de voto contra, Fernando Negrão respondeu negativamente: “Não vim garantir. Todos os sinais indicam que poderá ser contra.”

Ao que o PÚBLICO apurou, os deputados entenderam que a declaração foi veemente no sentido de a bancada do PSD chumbar o OE2019. O ex-líder parlamentar defendeu que o PSD devia deixar de ter uma posição ambígua sobre o assunto e que não devia deixar PCP e BE "brincarem" sobre o OE. 

Esta foi a primeira reunião da bancada depois do choque frontal entre Rui Rio e o líder parlamentar Fernando Negrão, há duas semanas, a propósito do voto a favor do projecto de lei do CDS sobre os impostos aplicados aos combustíveis. O tema veio a lume com vários deputados a criticar a posição da direcção de Rui Rio ao tornar público o seu desagrado pelo sentido de voto a favor da bancada sobre o projecto. Miguel Morgado, ex-adjunto político de Passos Coelho, lembrou que a oposição ao Governo e à esquerda foi feita pela actual bancada onde Rio não tem assento. O deputado defendeu que o PSD deve ser uma AD e não estar “sempre ao lado do PS”.

Hugo Soares criticou ainda a conferência de imprensa do secretário-geral José Silvano, na semana passada, em que demarcou a direcção de Rio da operação judicial Tutti-frutti que envolve um deputado do PSD e outros sociais-democratas.

No final da reunião, Fernando Negrão anunciou ainda que o PSD irá reapresentar propostas relativamente a diplomas vetados pelo Presidente da República, uma sobre as plataformas de transporte como a Uber (para pagarem uma taxa de 5%) e a outra sobre mudança de género, obrigando à existência de um relatório médico.