Gaultier marca a Semana da Moda com ode provocadora ao tabaco
Com fatos escuros e vestidos que pareciam deslizar pela passerelle como o fumo de um cigarro, o designer francês Jean Paul Gaultier comemorou o fumo em todas as suas formas, nesta quarta-feira, num desfile de moda em Paris.
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Com fatos escuros e vestidos que pareciam deslizar pela passerelle como o fumo de um cigarro, o designer francês Jean Paul Gaultier comemorou o fumo em todas as suas formas, nesta quarta-feira, num desfile de moda em Paris.
Reinterpretações de Le Smoking – ou smokings para mulheres, que foram popularizados por Yves Saint Laurent na década de 1960 – dominaram a colecção de Gaultier.
O designer usou o fumo do cigarro como inspiração para um vestido transparente e também para o vestido de noiva com plumas, que pareciam desaparecer no ar enquanto girava na passerelle.
Gaultier, que continua a ser um enfant terrible do mundo da moda, recorda assim um tempo em que fumar era mais do que aceitável. "Eu não fumo, mas sempre estive cercado por pessoas que fumavam", declarou o designer depois da passagem de modelos. "Eu não digo que se deva fumar ou não; só que as pessoas devem fazer o que querem."
Foi em 2006 que fumar em locais públicos foi proibido em França. Desde finais do ano passado que, em Portugal, também é proibido fumar em locais ao ar livre como campos de férias.
Além de ir buscar inspiração ao tabaco, Gaultier também fez desfilar um par de modelos, um homem e uma mulher, com o peito nu, tapado por uns painéis transparentes com o slogan "Free the nipple".
A ideia é relembrar os movimentos feministas das décadas de 1960 e 1970 que, para Gaultier, a sociedade esqueceu e, por isso, retrocedeu. "Agora há novamente uma espécie de puritanismo. Eu sou pelo soutien, mas obrigar as pessoas a fazê-lo? Não, eu não apoio", justificou o designer, famoso por ter criado um vestido para Madonna usar em palco com um soutien cónico.
A marca de Gaultier pertence ao grupo espanhol de moda e fragrâncias Puig.