Madeira Rodrigues apresenta-se com Ranieri para treinador

Empresário volta a ser candidato à presidência do Sporting.

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Pedro Madeira Rodrigues volta a ir às urnas LUSA/ANTÓNIO PEDRO SANTOS

Pedro Madeira Rodrigues é o terceiro nome a entrar na corrida à presidência do Sporting, cujas eleições se realizam a 8 de Setembro. O empresário, que em Março de 2017 concorreu contra Bruno de Carvalho (conquistou na altura 9,49% dos votos) junta-se a Fernando Tavares Pereira e a Frederico Varandas, os outros candidatos ao acto eleitoral.

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Pedro Madeira Rodrigues é o terceiro nome a entrar na corrida à presidência do Sporting, cujas eleições se realizam a 8 de Setembro. O empresário, que em Março de 2017 concorreu contra Bruno de Carvalho (conquistou na altura 9,49% dos votos) junta-se a Fernando Tavares Pereira e a Frederico Varandas, os outros candidatos ao acto eleitoral.

A apresentação da candidatura de Madeira Rodrigues realizou-se nesta quinta-feira num hotel em Lisboa e o candidato fez questão de apresentar desde já o seu nome para treinador da equipa de futebol do Sporting: Claudio Ranieri. O italiano de 66 anos, campeão em Inglaterra pelo Leicester City e que na temporada passada orientou o Nantes, é o escolhido para suceder a José Peseiro caso Madeira Rodrigues vença as eleições.

“Falei com José Peseiro, uma grande pessoa, e ele percebeu a minha escolha”, afirmou o candidato a presidente, acrescentando: “Felizmente fui capaz de seduzir Ranieri. É um treinador que partilha os nossos valores, visão e ambição de vitórias. Teremos um grande Sporting com um grande treinador.”

Esta é uma das diferenças que Pedro Madeira Rodrigues quis marcar desde já relativamente à candidatura de 2017: “Na altura terminei com o anúncio do treinador. Agora estou a começar por aí, porque é isso que os sportinguistas esperam”, afirmou. “Ranieri era um sonho antigo. [Até às eleições] vai estar à espera, a trabalhar e a observar os nossos jogadores. Tivemos conversas fascinantes, sabe muito de futebol. Está habituado a grandes desafios. E disse-me: ‘Pedro, quero ganhar. Identifico-me contigo e com o teu projecto’”, acrescentou o candidato, salientando que o nome do treinador poderá convencer alguns dos jogadores que rescindiram contrato com o Sporting a voltarem atrás na decisão.

Madeira Rodrigues disse ainda que, caso seja eleito, trará para o Sporting investimento financeiro de que o clube “necessita mais do que nunca”, mas que garantirá que o Sporting “continuará nas mãos dos sócios”. “São pessoas do Médio Oriente”, disse o empresário, sem entrar em detalhes quanto ao valor desse investimento: “Vamos esperar pelas auditorias. Vão aparecer comigo na altura certa”, disse.

Com o lema “O Grande Sporting”, Pedro Madeira Rodrigues apresentou-se como “o melhor candidato para o Sporting”. “Temos uma página em branco. Sou o candidato da ruptura. Sou o candidato da coragem”, afirmou o empresário, que confessou sentir apoio na rua. “Parto com larga vantagem. A candidatura anterior surgiu numa altura muito especial. Agora tenho mais maturidade e estou mais preparado. As pessoas não me conheciam. Pouca gente me quis ouvir na altura. Cometi alguns erros. Mas fiquei a conhecer ainda melhor o Sporting”, disse Madeira Rodrigues, para encerrar esse capítulo: “Não vou falar mais do passado. Agora interessa o futuro.”

Sem alongar-se em relação a Bruno de Carvalho – “Vamos ter de cumprir os estatutos e o regulamento disciplinar. Não sou jurista”, disse o candidato –, Pedro Madeira Rodrigues deixou alguns reparos críticos ao passado recente do clube. “O que se passou em Alcochete é uma mancha na nossa história. Foi uma vergonha. É o dia mais negro. Basta. Estamos a ser investigados, fala-se num saco azul, as contas estão numa grande confusão”, lamentou.

“Há 16 anos que o Sporting não ganha um campeonato. Eu, como pai, nunca tive o privilégio de festejar um campeonato com os meus filhos. Isto não pode continuar. Teremos um Sporting a apostar na formação, o nosso ADN. Vamos retomar o projecto da equipa B. Temos de recuperar o tempo perdido”, prosseguiu Madeira Rodrigues, manifestando vontade de ajudar a Comissão de Gestão liderada por Sousa Cintra em determinados assuntos: “Está a fazer o melhor que pode pelo Sporting, mas gostava que não se tomassem decisões definitivas. Gostava de ajudar na construção do plantel para a próxima época. O Sporting precisa de referências.”

Quanto às modalidades, Pedro Madeira Rodrigues reconheceu que “as coisas têm corrido bem”, mas considerou que “gastar 20 milhões por ano é um valor colossal”. “Vamos criar condições para termos equipas competitivas mas também sustentáveis”, prometeu.

Quanto ao número de possíveis adversários, Madeira Rodrigues disse que “três candidatos é um número bom. Se aparecerem seis ou sete já poderá tornar-se confuso, mas todos têm o direito a candidatar-se.”

A falar num cenário pintado apenas a verde e branco, a imagem da candidatura de Pedro Madeira Rodrigues recupera também o símbolo antigo do Sporting, encabeçado pelas iniciais SCP. O candidato começou por elencar os três momentos marcantes da sua relação com o Sporting: “Vesti a camisola do clube aos 11 anos e aprendi os valores, a vontade de ganhar, sempre aliada a um grande desportivismo e respeito. Depois recebi o prémio Stromp. E em 2017 larguei tudo para me candidatar à presidência do Sporting.”

“Lutei por aquilo em que acredito. Tenho mais de 25 anos de experiência em gestão e liderança de equipas. Tenho garra e ambição de conquistar grandes vitórias. Comigo o grande Sporting será referência mundial”, afirmou Pedro Madeira Rodrigues, cuja candidatura se orientará por três Vs: “Valores, Visão, Vitórias.”