Polícia Judiciária fez buscas na ADSE
Presidente demissionário do sistema de saúde dos funcionários públicos foi alvo de denúncia.
A Polícia Judiciária fez nesta segunda-feira buscas nas instalações da ADSE, noticiou a edição online da revista Sábado e confirmou o PÚBLICO.
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A Polícia Judiciária fez nesta segunda-feira buscas nas instalações da ADSE, noticiou a edição online da revista Sábado e confirmou o PÚBLICO.
Segundo a Sábado, as buscas centraram-se no gabinete do presidente demissionário sistema de saúde dos funcionários públicos, Carlos Liberato Baptista, que estará a ser investigado por suspeitas de corrupção na sequência de uma denúncia às autoridades. Há suspeitas de pagamentos encobertos como contrapartida para a assinatura de convenções entre a ADSE e clínicas privadas, adianta a publicação, segundo a qual este dirigente não foi, porém, constituído arguido.
Liberato Baptista demitiu-se no final de Abril passado, dias antes de a TVI emitir uma reportagem sobre a sua gestão na Associação de Cuidados de Saúde da antiga Portugal Telecom. Alegou razões pessoais para a saída.
As buscas foram levadas a cabo pela Unidade Nacional Contra a Corrupção da Polícia Judiciária. Segundo uma nota da Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa divulgada esta terça-feira à tarde, foram realizadas várias buscas domiciliárias e não domiciliárias, que tiveram por base "suspeitas da prática de crimes de corrupção passiva em serviço da ADSE".
"Os factos denunciados envolvem o eventual pedido de contrapartidas ilícitas tendo em vista a eliminação de inquéritos abertos na ADSE a clínicas com acordos com este Instituto", refere a mesma nota informativa, que acrescenta que o processo, dirigido pela oitava secção do Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa, se encontra em segredo de justiça.
Eugénio Rosa, vogal da ADSE indicado pelos beneficiários, precisou ao PÚBLICO que os documentos levados pelas autoridades são referentes a um período temporal "até 2014”, sem adiantar mais pormenores sobre o que estará em causa. João Proença, presidente do Conselho Geral e de Supervisão da ADSE, também não tem informações adicionais sobre o processo. Mas lembrou que a responsável pelo departamento de convenções da ADSE foi demitida do cargo no final da semana passada, uma decisão do conselho directivo do sistema de saúde tomada há já alguns dias e agora concretizada.
De acordo com o responsável deste conselho, o afastamento da responsável teve por base razões relacionadas com o bloqueio da celebração de convenções entre a ADSE e unidades de saúde privadas, desconhecendo qualquer relação com o processo de buscas. O PÚBLICO tentou contactar o presidente demissionário da ADSE, Liberato Baptista, mas não foi possível.