Kim não quer abdicar das suas armas nucleares, dizem espiões dos EUA
Coreia do Norte tem instalações subterrâneas para produzir armamento e está a tentar esconder a sua verdadeira capacidade ofensiva da Administração Trump.
A Coreia do Norte não tem intenções de entregar o seu arsenal nuclear. Em vez disso está a procurar formas de esconder quantas armas nucleares tem, e tem instalações secretas para as produzir, concluiu a Agência de Informação Militar norte-americana, a partir de dados recolhidos desde a cimeira entre Kim Jong-un e Donald Trump de 12 de Junho, em Singapura.
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A Coreia do Norte não tem intenções de entregar o seu arsenal nuclear. Em vez disso está a procurar formas de esconder quantas armas nucleares tem, e tem instalações secretas para as produzir, concluiu a Agência de Informação Militar norte-americana, a partir de dados recolhidos desde a cimeira entre Kim Jong-un e Donald Trump de 12 de Junho, em Singapura.
Não será exactamente surpreendente, dado o carácter vago da declaração saída dessa cimeira – e do facto de o Presidente dos Estados Unidos ter renovado as sanções ao regime de Pyongyang, apesar de ter classificado o encontro como “um grande sucesso”.
A nova avaliação feita pela espionagem militar dos EUA e noticiada pelo Washington Post e pela NBC News diz que a Coreia do Norte tem uma central de enriquecimento nuclear subterrânea em Kangson – um com uma capacidade duas vezes superior à das instalações até agora conhecidas, em Yongbyon. Este local é conhecido dos norte-americanos desde 2010, mas agora têm a certeza de que está a ser usado para este fim. E devem existir outros locais secretos onde são produzidas armas ou componentes de armas nucleares.
O número de ogivas nucleares de que dispõe a Coreia do Norte deverá ser também mais elevado do que aquele que o regime está a tentar veicular. Há cerca de um ano que as agências de informação dos EUA estimam que tenha cerca de 65 – mas a mensagem de Pyongyang, diz o jornal, é que serão bastante menos.
“Esta nova avaliação surge num momento em que há a preocupação de que a Administração Trump pode estar a tornar-se demasiado branda, e pronta a aceitar um acordo que se concentre apenas em Yongbyon e esqueça os outros locais”, cita o Washington Post. Daí a divulgação dos relatórios da espionagem militar norte-americana.
A Coreia do Norte mostrou, em Junho,? imagens da demolição do seu principal local de ensaios de armas nucleares, o complexo de Punggye-ri, mas não há indícios de que tenha dado passos para desmantelar instalações de produção de armamento, nuclear ou convencional. E, sublinham todos os especialistas, ainda que Kim e o seu regime possam eventualmente estar empenhados no desarmamento, esse processo levaria anos – talvez décadas.
O que se viu até agora ainda não foi mais do que as promessas de desarmamento feitas noutros períodos de algum desanuviamento diplomático do regime – embora com maior impacto mediático, que incluiu uma cimeira inédita com o Presidente dos Estados Unidos.