Portugal melhor na Europa do que no mundo
É hábito dizer-se que um Campeonato da Europa de futebol é um Campeonato do Mundo, apenas sem o Brasil e a Argentina. Uma frase feita que tenta transmitir a ideia de que as melhores selecções estão no Velho Continente, deixando também subentendida a convicção de que a competição europeia é mais difícil do que a planetária. Estranhe-se ou não, Portugal tem-se dado melhor nos Europeus (onde até já conquistou um título) do que nos Mundiais.
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É hábito dizer-se que um Campeonato da Europa de futebol é um Campeonato do Mundo, apenas sem o Brasil e a Argentina. Uma frase feita que tenta transmitir a ideia de que as melhores selecções estão no Velho Continente, deixando também subentendida a convicção de que a competição europeia é mais difícil do que a planetária. Estranhe-se ou não, Portugal tem-se dado melhor nos Europeus (onde até já conquistou um título) do que nos Mundiais.
Na Rússia, Portugal manteve aquele que tem sido o seu padrão em Campeonatos do Mundo. Quando se qualifica, não costuma fazer má figura, mas também, normalmente, não vai muito longe.
Em 21 edições de Mundiais de futebol, a selecção nacional só se qualificou em sete. E tem sido nestes últimos tempos que a presença portuguesa se tornou mais regular, já que cinco das sete participações aconteceram nas últimas cinco edições da competição.
Desde 2002 que Portugal não falha uma fase final de um Campeonato do Mundo. Esteve na Coreia do Sul e no Japão, depois na Alemanha, a seguir na África do Sul, foi ao Brasil e, por fim, jogou na Rússia.
Só que, quando se olha para os resultados, o melhor registo foi o primeiro, logo em 1966, na primeira vez que Portugal competiu com os melhores do mundo. Em Inglaterra, a selecção onde se destacou Eusébio, chegou onde nunca mais chegaria, classificando-se no terceiro lugar.
Depois, foi preciso esperar vinte anos até ver Portugal de regresso a um Mundial. E, no México, a participação portuguesa foi uma das piores de sempre, ficando pela fase de grupos. Um resultado que voltaria a repetir-se na Coreia do Sul e, mais uma vez, há quatro anos, no Brasil.
Nas restantes presenças, o melhor que a selecção nacional conseguiu foi um quarto lugar, na Alemanha, juntando-se a este resultado duas quedas nos oitavos-de-final.
No total, em sete presenças, Portugal obteve um terceiro lugar, um quarto, ficou duas vezes nos oitavos-de-final e caiu em três ocasiões na fase de grupos.
Bem diferente, para melhor, têm sido os desempenhos em Europeus. Em 15 edições, Portugal esteve presente em sete. Tal como nos Mundiais, depois de uma primeira fase em que raramente participou, a selecção nacional não falha uma fase final de um Campeonato da Europa desde 1996, sendo que antes só se tinha apurado uma vez.
Quanto aos resultados, uma vez campeão, outra vez vice-campeão, três presenças nas meias-finais, duas vezes nos quartos-de-final e nenhuma eliminação na fase de grupos revelam bem que Portugal dá-se melhor na Europa do que no mundo.
A derrota de ontem frente ao Uruguai deixou ainda outra marca na selecção portuguesa para além do regresso prematuro a casa. Com Fernando Santos ao leme, a selecção portuguesa não perdia um jogo no tempo regulamentar de uma grande competição há 17 encontros. Um registo que terminou neste sábado, culpa de Cavani.