Ronaldo cede o palco de Sochi a Cavani

Dois grandes golos da estrela do PSG mandaram Portugal para casa. Depois do campeão mundial caiu o campeão europeu. Messi e Ronaldo despedem-se da Rússia no mesmo dia.

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Cristiano Ronaldo triste após a derrota com o Uruguai Reuters/SERGIO PEREZ

Foi a melhor exibição colectiva de Portugal neste Mundial mas será o Uruguai que vai estar na próxima sexta-feira, em Novgorod, para defrontar a França nos quartos-de-final. Depois da gigante exibição frente à Espanha, Cristiano Ronaldo cedeu o palco do Estádio Fisht a Edinson Cavani, que empurrou a “celeste” com dois grandes golos antes de sair lesionado.

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Foi a melhor exibição colectiva de Portugal neste Mundial mas será o Uruguai que vai estar na próxima sexta-feira, em Novgorod, para defrontar a França nos quartos-de-final. Depois da gigante exibição frente à Espanha, Cristiano Ronaldo cedeu o palco do Estádio Fisht a Edinson Cavani, que empurrou a “celeste” com dois grandes golos antes de sair lesionado.

Apenas por uma vez na história Portugal conseguiu ultrapassar uma eliminatória do Mundial depois de ter estado a perder. Foi em 1966, quando os “magriços” viraram um resultado de 3-0 frente à surpreendente Coreia do Norte, vencendo por 3-5. Uma partida que, tal como aconteceu com os espanhóis há duas semanas, teve um super-herói: Eusébio da Silva Ferreira. Apontou quatro e deixou o último para José Augusto.

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Por isso, quando, instantes antes do início da segunda parte frente ao Uruguai, com a selecção nacional a perder por uma bola desde os 7’, Cristiano Ronaldo reuniu todos os seus companheiros numa roda, esperou-se algo de espectacular no reatamento. E assim começou por ser. Após um primeiro tempo deserto de oportunidades claras na baliza de Muslera, Portugal reencontrou-se.

O golo do empate apontado por Pepe logo aos 54’ e a forma mais espectacular com que a equipa passou a jogar junto da área adversária, com arte e objectividade, entusiasmou os adeptos da selecção, em Sochi. E entre estes, os portugueses propriamente ditos eram uma pequena minoria.

A melhor fase da equipa de Fernando Santos no encontro sofreu uma interrupção abrupta para voltar a dar lugar à grande estrela da noite. Pepe passou de herói a vilão quando falhou um corte de lançamento longo deixando a bola nos pés de Nández, sete minutos após ter marcado.

O médio do Boca Juniors da Argentina tocou para Cavani que trouxe mais beleza à partida, com um remate em arco colocadíssimo de fora da área. Quanto mais Rui Patrício se esticava mais a bola se desviava das suas mãos para entrar junto ao poste esquerdo. Exactamente no mesmo local onde o talentoso atacante do PSG a fizera entrar sete minutos depois do apito inicial na baliza contrária.

O jogo estava aberto, com Portugal por cima, quando uma grande abertura de Cavani junto à linha direita colocou a bola em Suárez no flanco oposto. “El Pistolero” aproveitou para se apresentar a Ricardo Pereira, a grande novidade de Fernando Santos para esta partida, ultrapassou o jogador do FC Porto e cruzou para a área onde já estava o supersónico Cavani para finalizar de cabeça, sem oposição.

A vencer, o Uruguai assumiu a sua postura mais italiana (cinco dos titulares alinham no campeonato transalpino) e entregou a bola aos portugueses, aguardando pelos momentos certos para morder. Portugal atacava em quantidade, o Uruguai em qualidade, com aquela que será a melhor dupla atacante na Rússia, autora de 96 golos ao serviço da selecção sul-americana.

A sua mobilidade foi uma constante dor de cabeça para a defesa nacional e um livre frontal ainda longe da área portuguesa quase deu em mais um golo. Suárez cobrou de forma exímia, mas desta vez a elasticidade de Patrício evitou que a bola entrasse junto ao poste do costume.

A primeira parte terminou com 60% de posse de bola para Portugal, que tinha mais remates mas não oportunidades. Para isso, foi necessário aguardar pelo segundo tempo, depois da tal conferência de Ronaldo no relvado.

Os dois melhores do mundo

Um golo para cada baliza na segunda metade voltava a colocar o Uruguai na sua zona de conforto. Portugal tentou tudo e Fernando Santos, sem nada a perder, foi arriscando como podia ao ritmo dos ponteiros do relógio. Fez entrar Quaresma (65’), André Silva (74’) e Manuel Fernandes (85’) para usar e abusar do seu remate de meia-distância. O médio foi ao exagero, numa fase em que os portugueses começavam a entrar em desespero, abusando dos lances individuais.

Cavani saiu do relvado lesionado, apoiando-se em Ronaldo, aos 71’, e o Uruguai ficou coxo no ataque, onde Suárez era um pistoleiro solitário. As ordens de Óscar Tabárez eram claras: defender, defender, defender. Nos instantes finais Ronaldo ainda viu o amarelo (por protestos) que o retiraria dos quartos-de-final e o derradeiro apito chegou pouco depois.

Poucas horas depois de Messi, a estrela portuguesa deixa igualmente a Rússia. O Mundial fica mais pobre sem os dois melhores jogadores do mundo e sem os campeões mundial e europeu.

A Argentina caiu frente à França, mas terá o seu pequeno grande vizinho para a vingar em Novgorod.