KISMIF – o punk na academia
O programa da KISMIF Conference, a ter lugar entre 4 e 7 de Julho na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, compõe-se de uma série de comunicações afectas este ano à temática Gender, differences, identities and DIY cultures
Keep it simple, play it fast (KISMIF) é uma conferência que desenha um movimento condizente com a simplicidade que advoga na sua designação: mostrar que o punk, sem ter de deixar a rua, vestir-se de gala ou esconder as cristas coloridas, pode e deve ter uma existência académica. Não no sentido de se aburguesar e se tornar apenas assunto de gabinetes, mas como motor de pensamento, reflexão e valorização da cultura do it yourself.
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Keep it simple, play it fast (KISMIF) é uma conferência que desenha um movimento condizente com a simplicidade que advoga na sua designação: mostrar que o punk, sem ter de deixar a rua, vestir-se de gala ou esconder as cristas coloridas, pode e deve ter uma existência académica. Não no sentido de se aburguesar e se tornar apenas assunto de gabinetes, mas como motor de pensamento, reflexão e valorização da cultura do it yourself.
Daí que o programa da KISMIF Conference, na sua quarta edição e a ter lugar entre 4 e 7 de Julho na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, se componha de uma série de comunicações afectas este ano à temática Gender, differences, identities and DIY cultures, vindas de realidades tão distintas quanto Reino Unido, Áustria, Austrália, Hong Kong, Brasil, Israel, Espanha, Canadá e, claro, Portugal, e reunindo participações de investigadores e professores de disciplinas como Antropologia, Sociologia da Cultura ou Etnomusicologia. A que se juntam também músicos com produção relevante no período punk e pós-punk – com foco particular no epicentro da cena britânica.
Entre os conferencistas encontramos, assim, gente como John Robb (ex-membro dos Membranes, editor do site e da revista Louder than War), Lucy O’Brien (com passagem pela banda punk feminina The Catholic Girls e autora de She Bop: The Definitive History of Women in Popular Music), Helen Reddington (baixista de bandas como The Chefs e Helen and the Horns, que passou a livro investigações sobre o papel das mulheres no punk inglês e na produção musical, e neste momento trabalha com Gina Birch no documentário Stories from the She-Punks) e Ana da Silva e Gina Birch (as duas forças motrizes por detrás das The Raincoats, grupo seminal do pós-punk, inspiração para todo o movimento riot grrrl e mais além). A presença na KISMIF no dia 4, apanha as Raincoats no final de uma digressão nacional com paragens em Braga, Lisboa e Coimbra.
Como aquecimento da conferência, no dia 3 decorre uma summer school com workshops em torno do DIY, da etnomusicologia e do que significa ser músico na era do streaming. A KISMIF integra também, como seria de esperar, alguns concertos que abrilhantam o programa (Vítor Rua interprets Telectu e TV Smith, a 4 e 7 de Julho, respectivamente), programados, como não poderia deixar de ser, para o subpalco do Teatro Rivoli).