Por que estão os EUA entre os mais perigosos do mundo para as mulheres?
A Fundação Thomson Reuters entrevistou 500 especialistas para determinar quais os países onde as mulheres correm mais risco.
Índia, Afeganistão, Síria... Na lista dos dez países mais perigosos para as mulheres estão sobretudo estados em conflito ou onde os direitos das mulheres não são assegurados; mas o ranking definido por 500 especialistas a convite da Fundação Thomson Reuters fecha com os EUA.
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Índia, Afeganistão, Síria... Na lista dos dez países mais perigosos para as mulheres estão sobretudo estados em conflito ou onde os direitos das mulheres não são assegurados; mas o ranking definido por 500 especialistas a convite da Fundação Thomson Reuters fecha com os EUA.
Trata-se do único país ocidental na lista, equiparado àqueles que dão as piores condições em termos de direitos e segurança às mulheres. A fundação entrevistou 500 especialistas para determinar em que países as mulheres correm mais risco de vida a partir de critérios como os cuidados de saúde, violência sexual, violência não sexual, práticas culturais, discriminação e tráfico de seres humanos.
Nove dos dez principais países estão na Ásia, no Oriente Médio e em África. A lista abre com a Índia, Afeganistão, Síria; segue-se a Somália, Arábia Saudita, Paquistão, República Democrática do Congo, Iémen e a Nigéria; e termina com os EUA. Este último está na lista sobretudo por causa das acusações de assédio e violação sexual que surgiram em 2017 e deram origem ao movimento #MeToo, refere a fundação.
Por isso, os EUA estão ao lado da Síria, em terceira posição, no que diz respeito à violência sexual, incluindo a violação, assédio, coerção e à falta de acesso à justiça em casos de violação sexual. O país que fica no topo desta lista é a República Democrática do Congo.
Quanto à violência não sexual, mas que inclui a doméstica, os EUA ficam na sexta posição. O país não aparece nas listas dos dez mais cujos parâmetros observados foram os cuidados de saúde, tráfico humano, discriminação ou perigos associados a tradições culturais.
O topo da lista global, que abrange todos os critérios avaliados, ou seja, o país considerado mais perigoso para as mulheres é a Índia, que tem o pior desempenho em três categorias: o risco de violência e assédio sexual, o perigo associado a práticas culturais tradicionais e a ameaça de se tornar vítima de tráfico humano, escravidão sexual e servidão doméstica. O relatório dá como exemplos dos perigos enfrentados pelas indianas os ataques com ácido, mutilação genital feminina, casamento infantil e o abuso físico.
Não é a primeira vez que esta listagem é feita. A primeira foi em 2011 e alguns destes países – como a Índia, o Afeganistão, a Somália, o Paquistão ou a República Democrática do Congo – são agora repetentes. “Há três anos, os líderes mundiais prometeram eliminar todas as formas de violência e discriminação contra mulheres e meninas até 2030”, recorda a fundação, citada pela Newsweek. “Apesar dessa promessa, estima-se que uma em cada três mulheres sofram de violência física ou sexual durante a sua vida”, informa.