Nesta cidade, todos os polícias foram presos depois de homícidio de político local

Os 27 agentes de Ocampo, no México, estão acusados pela procuradoria mexicana de envolvimento no homicídio de Fernando Ángeles Juárez, candidato a autarca pelo partido de centro-esquerda Revolução Democrática.

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Reuters/STRINGER/MEXICO

Todos os polícias da cidade de Ocampo, no sudoeste do México, estão detidos por suspeita de envolvimento no assassinato de um candidato à autarquia local. Os 27 agentes estão acusados de cumplicidade no homícidio e vão agora ser interrogados.

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Todos os polícias da cidade de Ocampo, no sudoeste do México, estão detidos por suspeita de envolvimento no assassinato de um candidato à autarquia local. Os 27 agentes estão acusados de cumplicidade no homícidio e vão agora ser interrogados.

Fernando Ángeles Juárez, 64 anos, candidato a autarca pelo partido de centro-esquerda Revolução Democrática, foi alvejado na quinta-feira 17 de Junho na zona circundante a uma das suas propriedades. Não se sabe ainda quem foi o autor dos disparos, mas suspeita-se que Oscar González García, secretário para a segurança pública de Ocampo, possa estar envolvido.

Esta é a tese dos procuradores de Micochán, estado onde se situa Ocampo, que acusaram González García de envolvimento. A primeira tentativa de detenção para interrogatório aconteceu no sábado 19 de Junho, mas não foi bem-sucedida – a força policial de Ocampo uniu-se e conseguiu impedi-la.

No domingo, as forças policiais estatais voltaram com reforços e prenderam os 27 agentes de Ocampo assim como González García. Foram levados para interrogatório na capital do estado, Morelia, e estão acusados de possível cumplicidade com grupos de crime organizado, escreve o El Universal.

O assassinato do político Fernando Ángeles Juárez foi o terceiro no período de uma semana e vem juntar-se aos 100 que se registaram em todo o território mexicano desde Setembro de 2017. Os mexicanos vão a votos no próximo domingo para escolher senadores, membros da Câmara dos Deputados e 3000 representantes locais.

A confirmar-se, esta não será a primeira vez que as autoridades locais se aliam a cartéis e grupos de crime organizado. Em Março, as autoridades mexicanas iniciaram procedimentos criminais contra quatro agentes da polícia pelo desaparecimento de três cidadãos italianos, em Tecalitlán, no estado de Jalisco, a 700 km da Cidade do México. Os quatro agentes confessaram que prenderam e entregaram os três homens ao cartel Jalisco Nueva Generación, que controla aquela cidade, pelo equivalente a 43 euros.

Desde que Enrique Penã Nieto (Partido Revolucionário Institucional) subiu ao poder, em 2012, registaram-se mais de 104 mil homicídios, um dos períodos de maior violência da história recente do México.