Uruguai defronta Portugal depois de bater recorde com mais de 100 anos

A equipa sul-americana não sofreu qualquer golo na fase de grupos do Mundial, mas há mais.

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O Uruguai está a fazer um Mundial 2018 exemplar, só com vitórias LUSA/WALLACE WOON

É impressionante e deve ser tido em conta por Fernando Santos na preparação da partida que Portugal vai jogar nos oitavos-de-final, no próximo sábado (19h). O Uruguai chega a esta fase da prova vencendo o Grupo A, que integrava a Rússia, país anfitrião do Mundial 2018, só com vitórias. Mas fez mais do que isso. Fê-lo sem sofrer qualquer golo, algo que mais nenhuma selecção a competir na prova conseguirá fazer.

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É impressionante e deve ser tido em conta por Fernando Santos na preparação da partida que Portugal vai jogar nos oitavos-de-final, no próximo sábado (19h). O Uruguai chega a esta fase da prova vencendo o Grupo A, que integrava a Rússia, país anfitrião do Mundial 2018, só com vitórias. Mas fez mais do que isso. Fê-lo sem sofrer qualquer golo, algo que mais nenhuma selecção a competir na prova conseguirá fazer.

A equipa orientada por Óscar Tabárez bateu assim um recorde com mais de 100 anos, vencendo uma fase de grupos de uma grande competição de selecções com todos os pontos possíveis e sem sofrer golos.

A última vez que os uruguaios tinham alcançado uma marca semelhante foi em 1917, na Taça América. Naquela que foi a segunda edição da competição, o Uruguai venceu os seus três primeiros jogos, perante a Argentina, o Brasil e o Chile, apontando um total de nove golos e não tendo sofrido nenhum.

Outro dado curioso nesta selecção uruguaia é o facto de os cinco golos que marcou na Rússia terem todos sido alcançados a partir de lances de bola parada, um dos aspectos em que os homens orientados por Óscar Tabárez são mais fortes.

O seleccionador uruguaio, de 71 anos e o segundo mais velho na história dos Mundiais — apenas atrás do alemão Otto Rehhagel — também tem os seus recordes. Tabárez comandou a selecção do seu país nos Mundiais de 1990, 2010, 2014, tendo, em todos estes torneios, conseguido a qualificação para os oitavos-de-final. Algo que repete agora em 2018, apesar da sua saúde débil.

Tabárez sofre do síndrome de Guillain-Barrè, um distúrbio neurológico que afecta o sistema nervoso e que lhe origina fraqueza nas pernas, braços e tronco. Por esse motivo o treinador surge neste Mundial apoiado numa bengala e quase sempre sentado no banco de suplentes.

A sua equipa é caracterizada pela garra que coloca em campo e pelos dois avançados velozes e mortíferos que jogam na frente: Cavani e Suárez. Este último defrontará Portugal, aliás, com uma motivação extra: a de se tornar no melhor marcador do seu país em Mundiais. O uruguaio já leva dois remates certeiros no Rússia 2018, que se juntam aos três que conseguiu na África do Sul, em 2010, e aos dois registados no Brasil, em 2014. No total são sete, apenas menos um do que Óscar Míguez, que no Brasil 1950 e no Suíça 1954 apontou oito golos.

Com Coates (do Sporting) e Maxi Pereira (do FC Porto) no lote dos convocados, Cristian Rodríguez (ex-Benfica e FC Porto) é outro dos jogadores uruguaios que conhece bem a forma de jogar de Portugal.