Morreu Amândio Secca, presidente da Árvore
O dirigente histórico da cooperativa artística portuense morreu esta segunda-feira aos 93 anos.
Amândio Secca, presidente há longos anos da cooperativa artística Árvore, cujos corpos sociais integrava desde 1972, morreu esta segunda-feira aos 93 anos, anunciou aquela instituição portuense.
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Amândio Secca, presidente há longos anos da cooperativa artística Árvore, cujos corpos sociais integrava desde 1972, morreu esta segunda-feira aos 93 anos, anunciou aquela instituição portuense.
"Estamos todos mais pobres”, escreve a Árvore num comunicado em que presta tributo ao percurso de Amândio Secca, “alguém que lutou pelos valores que sempre nortearam a existência da cooperativa: liberdade, cultura, artes e solidariedade”.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, lamentou a morte de Amândio Secca, que recordou como "homem completo, pleno", sublinhando a generosidade do seu trabalho à frente daquela instituição do Porto. "Expresso o meu profundo pesar pela morte do engenheiro Amândio Fernandes Secca, presidente do Conselho de Administração da Cooperativa Árvore. Recordo em particular a generosidade que pautou o seu trabalho à frente daquela instituição, com profundos valores de liberdade e cidadania", declarou Marcelo Rebelo de Sousa.
"Homem completo, sempre interessante e sempre interessado"
Numa nota publicada no sítio da Presidência da República, o chefe de Estado recordou ainda "um homem completo, pleno, sempre interessante e sempre interessado em dar aos outros o melhor de si, empenhado nesta luta constante de preservar a democracia e cultura enquanto memória e futuro de um povo". "O engenheiro Amândio Secca faz muita falta ao país, mas o país não o esquecerá", sublinhou.
Marcelo Rebelo de Sousa condecorou Amândio Secca como comendador da Ordem do Mérito, numa cerimónia que decorreu no Salão Nobre da Câmara Municipal do Porto em Dezembro de 2017.
Horas depois de receber a notícia, a Assembleia Municipal do Porto aprovou, por unanimidade, um voto de pesar, recordando-o como "um homem bom", que "tanto fez" em prol da cultura. Os deputados municipais fizeram ainda um minuto de silêncio em sua homenagem, depois de um voto de pesar apresentado pelas bancadas da CDU e do presidente Rui Moreira: Porto, o Nosso Partido onde destacam o seu "relevante percurso cívico e político" e a sua "alegria contagiante" com que fazia tudo.
Nascido em Valpaços em 1925, Amândio Fernandes Secca formou-se em Engenharia Mecânica pela Universidade do Porto e tornou-se sócio da Cooperativa Árvore em 1966, três anos após a sua fundação, quando esta era uma das instituições culturais do Porto mais obviamente empenhadas na resistência à ditadura.
As cerimónias fúnebres de Amândio Secca decorrem esta segunda-feira no Tanatório de Matosinhos, onde se realizará terça-feira, às 16h30, uma “cerimónia de despedida” seguida de cremação, informou a cooperativa Árvore.