Bruno de Carvalho perdeu em todas as urnas
O presidente destituído teve as suas melhores votações entre os sócios com menos votos, mas não teve maioria em nenhum dos grupos.
Bruno de Carvalho sofreu uma derrota transversal na Assembleia Geral deste sábado e que conduziu a sua destituição do cargo de presidente do Sporting, tanto nos votos, como nos sócios. Sendo o Sporting um clube que premeia a antiguidade dos associados com mais votos, Bruno de Carvalho não teve a maioria em nenhum dos grupos, sendo que teve mais votos entre os sócios com menos anos de ligação ao clube.
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Bruno de Carvalho sofreu uma derrota transversal na Assembleia Geral deste sábado e que conduziu a sua destituição do cargo de presidente do Sporting, tanto nos votos, como nos sócios. Sendo o Sporting um clube que premeia a antiguidade dos associados com mais votos, Bruno de Carvalho não teve a maioria em nenhum dos grupos, sendo que teve mais votos entre os sócios com menos anos de ligação ao clube.
De acordo com os números finais da votação da AG a que o PÚBLICO teve acesso, foi entre o grupo de sócios com apenas um voto (o mais numeroso) que o presidente destituído obteve a sua melhor votação. Entre os 2359 votos, o “sim” à destituição obteve 1174 votos, enquanto o “não” teve 1164, com uma diferença de apenas dez votos – registaram-se 17 abstenções, um voto branco e três nulos.
Se a diferença no grupo dos sócios com um voto é marginal, as distâncias entre o “sim” e o “não” vão aumentando à medida se avança na antiguidade dos sócios. No grupo dos sócios com dois votos, o “sim” à destituição teve 2052 votos, contra 1670 do “não” (e 26 votos em abstenção, mais oito nulos).
Nas urnas dos sócios mais antigos, o apoio a Bruno de Carvalho foi ainda menor. No grupo dos dez votos, o presidente destituído recebeu apenas 1390 votos (correspondentes a 139 sócios) num total de 6480 votos (648 sócios), e ainda teve os 112 votos de sete sócios com 16 votos, mas não teve qualquer apoio entre os sócios com 17 votos e os que têm 20 – não houve qualquer sócio com 21 votos a participar na AG de sábado.
Os números globais já tinham sido anunciados ao início da madrugada de domingo por Jaime Marta Soares, presidente da Mesa da Assembleia Geral. O “sim” à “revogação colectiva com justa causa” dos membros do Conselho Directivo foi votado por 64,32% dos sócios (9477), contra 34,87% (5138) que votaram “não”. A vitória do “sim” é ainda maior quando falamos de votos: 70,85% (53.517) pelo sim; 28,43% (21.475) pelo não.
Uma derrota por estes números é particularmente significativa tendo em conta todas as vezes que Bruno de Carvalho se apresentou a votos, tanto em eleições como em AG. Nas eleições de 2011, em que ganhou Godinho Lopes, Bruno de Carvalho obteve 36,15% dos votos (32.915) correspondentes a 6047 sócios (41,53%).
Dois anos depois, em 2013, Bruno de Carvalho foi eleito com 53,69% dos votos (47.056) de 9423 sócios (59,5%). Em 2017, Bruno de Carvalho foi reeleito com números esmagadores face à concorrência, com 86,13% dos votos (47.056) de 16.605 sócios (89,08%). Na AG de Fevereiro passado que aprovou a alteração dos estatutos, a criação de um regulamento disciplinar e em que se votou pela continuidade da direcção, Bruno de Carvalho teve resultados acima dos 87% em todas as votações.