Ex-diplomata do Vaticano admite posse de pornografia infantil
Logo no início do julgamento, Carlo Alberto Capella confessou ter desenvolvido um desejo "mórbido" enquanto foi diplomata em Washington.
Um padre católico, que trabalhou como diplomata na embaixada do Vaticano em Washington, admitiu, no início do seu julgamento, que teve em sua posse pornografia infantil durante o tempo que viveu nos Estados Unidos. O monsenhor Carlo Alberto Capella está detido no Vaticano desde Abril deste ano.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Um padre católico, que trabalhou como diplomata na embaixada do Vaticano em Washington, admitiu, no início do seu julgamento, que teve em sua posse pornografia infantil durante o tempo que viveu nos Estados Unidos. O monsenhor Carlo Alberto Capella está detido no Vaticano desde Abril deste ano.
Capella confessou, em tribunal, que desenvolveu um desejo “mórbido” depois de ter chegado aos Estados Unidos para preencher uma vaga diplomática, em 2016. “Nunca fez parte da minha vida sacerdotal antes”, admitiu, acrescentado que estava infeliz na embaixada em Washington. “À distância consigo perceber a repugnância”, comentou, citado pelo Huffington Post italiano.
O caso arrasta-se desde Agosto de 2017, altura em que o Departamento de Estado norte-americano notificou a Santa Sé acerca de uma possível violação das leis nacionais sobre pornografia infantil. Na notificação esclarecia-se que a violação das leis foi perpetrada por um membro do corpo diplomático do Vaticano em Washignton.
Capella era o número quatro da nunciatura em Washington e gozava de imunidade diplomática, e não podia ser detido nos Estados Unidos se a imunidade não fosse levantada. Algumas semanas depois da prmeira notificação, os EUA pediram que a imunidade diplomática de Capella fosse levantada para abrir caminho a uma potencial acusação, mas o Vaticano recusou.
Em vez disso, o Vaticano pediu que Capella voltasse a Roma, em Setembro do ano passado. Foi nessa altura que a polícia de Windsor (Canadá) lançou um mandado de busca do ex-diplomata por suspeitas de posse e distribuição de pornografia infantil durante a visita a uma igreja no Canadá, em Dezembro de 2016.
Capella passou, então, a ser investigado pelas autoridades norte-americanas e canadianas.
Segundo a nota divulgada pela sala de imprensa do Vaticano as acusações contra Capella são agravadas pela quantidade de conteúdo pornográfico com que foi apanhado.