Queixa-crime do PAN contra bombeiro de Ponte de Lima por "acto violento" contra gato

O caso ocorreu quarta-feira em pleno centro histórico e foi registado por um habitante num vídeo que publicou nas redes sociais. Em apenas duas horas, o vídeo, entretanto apagado, registou mais de 70 mil visualizações.

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Paulo Pimenta

O partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN) informou nesta quinta-feira ter apresentado uma queixa-crime contra um bombeiro de Ponte de Lima que protagonizou um "acto violento" ao retirar um gato de uma árvore com um jacto de água, provocando a queda do animal.

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O partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN) informou nesta quinta-feira ter apresentado uma queixa-crime contra um bombeiro de Ponte de Lima que protagonizou um "acto violento" ao retirar um gato de uma árvore com um jacto de água, provocando a queda do animal.

O caso ocorreu quarta-feira, em pleno centro histórico daquela vila do Alto Minho e foi registado por um habitante em vídeo, que o publicou nas redes sociais. Em apenas duas horas, o vídeo, entretanto apagado, registou mais de 70 mil visualizações.

"O partido recebeu várias denúncias deste acontecimento. Nas filmagens, pode ver-se o animal a ser impelido por um jacto de água vindo do camião dos bombeiros de Ponte de Lima, embatendo depois violentamente no chão, caindo do cimo da árvore, de uma altura considerável. A queda e a reacção dos transeuntes revelam o choque e comprovam o acto violento a que o gato foi sujeito", adiantou o PAN, em nota enviada imprensa.

Para aquele partido, "existem provas que consubstanciam a existência de um acto de maus tratos de acordo com a lei n.º 69/2014, de 29 de Agosto, que criminaliza os maus tratos a animais de companhia".

Além daquela queixa, o partido adiantou ter pedido esclarecimentos do caso ao comando da corporação dos bombeiros de Ponte de Lima.

O PAN considerou ainda que, "o que poderia ter sido um acto heróico revelou-se numa profunda falta de sentido de humanidade, falta de profissionalismo e desconsideração em relação ao valor e aos direitos dos animais e da própria vida".

Contactado pela agência Lusa, o comandante dos Bombeiros de Ponte de Lima, Carlos Lima, garantiu que "o gato não sofreu qualquer dano físico e está aos cuidados de um voluntário que se ofereceu para o acolher".

"Foi o operacional em causa que levou o gato para o quartel dos bombeiros, chamou a veterinária municipal para avaliar o animal e desenvolveu vários esforços para garantir o acolhimento do animal, tendo aparecido uma cuidadora voluntária", frisou.

Bombeiros alvo de "ataques agressivos"

Carlos Lima lamentou que "desde a exposição das imagens do resgate nas redes sociais o bombeiro em causa e o corpo de bombeiros estão a ser alvo de uma onda de ataques agressivos".

Revelou ter sido "instaurado um processo de averiguações sumário, para avaliar se o método utilizado foi o mais indicado e se o bombeiro usou todos os meios ao seu dispor para fazer o melhor serviço possível".

"Todas as consequências terão que ser respeitadas e assumidas", disse, garantindo "ter falado com o bombeiro em causa que disse não ter tido a intenção de atingir o animal nem causar qualquer dano", acrescentou, sublinhando "não ser a primeira vez que os bombeiros são chamados a retirar o gato da mesma árvore, à qual os bombeiros não podem subir por falta de condições de segurança".

"Das outras vezes, o gato tem estado mais próximo dos ramos que apresentam mais robustez e tem sido possível resgatá-lo de outra forma", especificou, admitindo que, se calhar, o método utilizado agora tenha sido o mais adequado".

Disse que o bombeiro em causa, "com mais de 15 aos de serviço, está muito afectado por esta pressão provocada pelo vídeo divulgado nas redes sociais".

Na sequência deste caso, Carlos Lima decidiu que em situações futuras "a corporação chamará para o local o veterinário municipal, as equipas de protecção da natureza das forças de segurança e, se necessário uma associação de defesa dos animais".

"Se não houver condições de segurança para o operacional não será efectuado o resgate. O animal ficará onde está e, caberá às entidades que enumerei, criarem as condições de segurança para que os bombeiros procedam ao resgate", destacou.

Carlos Lima agradeceu "a quem publicou o vídeo nas redes sociais por ter despoletado uma discussão pública que despertou para soluções futuras e para a avaliação dos métodos de resgate e socorro de animais da corporação".

"Agradecemos também ao autor do vídeo porque o gato em causa era sistematicamente resgatado sem que nunca tivesse sido identificado o dono. Depois da divulgação deste caso apareceu um voluntário, a quem muito agradecemos e que está a prestar os melhores cuidados ao animal", referiu.