Bernard Hinault apela a boicote se Froome estiver no pelotão

Antigo pentacampeão do Tour encorajou os restantes ciclistas a não correrem na prova. Um teste antidoping positivo do britânico em 2017 está na origem da controvérsia.

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Froome ganhou em 2017 e acusou o dobro do limite permitido para uma substância estimulante Reuters/JEAN-PAUL PELISSIER

Bernard Hinault, o homem que dominou o ciclismo mundial entre 1978 e 1986 — com cinco vitórias na Volta à França nesse período de oito anos— pede aos ciclistas que não participem nesta que é a prova-rainha do ciclismo internacional, caso Chris Froome, vencedor em 2017, faça parte do alinhamento. “Ele não devia fazer parte do Tour. O pelotão deveria pôr um travão e dizer que não começam a corrida se ele estiver presente”, afirmou o ex-ciclista aos órgãos de comunicação social britânicos, aludindo ao facto de Froome estar a braços com uma análise positiva de doping

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Bernard Hinault, o homem que dominou o ciclismo mundial entre 1978 e 1986 — com cinco vitórias na Volta à França nesse período de oito anos— pede aos ciclistas que não participem nesta que é a prova-rainha do ciclismo internacional, caso Chris Froome, vencedor em 2017, faça parte do alinhamento. “Ele não devia fazer parte do Tour. O pelotão deveria pôr um travão e dizer que não começam a corrida se ele estiver presente”, afirmou o ex-ciclista aos órgãos de comunicação social britânicos, aludindo ao facto de Froome estar a braços com uma análise positiva de doping

Em Dezembro de 2017, o jornal britânico The Guardian e o diário Le Monde, de França, revelaram o resultado de um teste de urina de Froome, recolhido após a 18.ª etapa do Tour. Essa análise mostrou valores altos de uma substância chamada salbutamol — usada para tratar doentes asmáticos. O salbutamol funciona como um estimulante do aparelho respiratório, estando presente em alguns fármacos de classe A (estimulantes) e classe C (agentes anabolizantes). O corredor britânico acusou o dobro do valor permitido pela Agência Mundial Antidoping (WADA, na sigla inglesa) para essa substância.   

Froome, vencedor da Volta à França por quatro vezes disse, na altura em que o resultado do teste se tornou público, que a presença dessa substância na urina se devia à equipa médica da Team Sky: “A minha asma piorou na Volta à Espanha, pelo que segui os conselhos do médico da equipa para aumentar as minhas doses de salbutamol. Como sempre, tomei as maiores precauções para garantir que não excedia as doses permitidas”.  

A próxima edição da Volta à França tem início marcado para 7 de Julho. Antes disso, Chris Froome tem de esperar pela decisão da União Ciclista Internacional (UCI), instituição que tutela a modalidade. Hinault, antigo campeão francês, também fez questão de deixar um recado ao regulador mundial: “Os trabalhadores da UCI deviam ter dito ‘tu foste apanhado, portanto não irás correr’”.

Mesmo antes de voltar à estrada, a sombra do doping volta a cair sobre o Tour. Lance Armstrong perdeu os sete títulos conquistados entre 1998 e 2005. Alberto Contador, outra das figuras do pelotão mundial e da prova francesa, foi suspenso em 2012 por um período de dois anos, pelo Tribunal Arbitral do Desporto. Na edição deste ano, há a hipótese de o ciclista britânico não poder defender o título de 2017. Se for considerado culpado, Froome arrisca ser suspenso de todas as provas.