Revista de imprensa: “Quanto pior joga Portugal, maior se torna Cristiano”

Má exibição da equipa portuguesa contra Marrocos em destaque na imprensa internacional.

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Cristiano Ronaldo brilhou LUSA/FACUNDO ARRIZABALAGA

El País (Espanha)
“Futebol fraco e o encontro regular de Cristiano com o golo, contra o descaramento exibicional de Marrocos. Até agora, Portugal não tem outra receita, mas é suficiente para ter ficado a um dedo da qualificação para os oitavos-de-final. Portugal mostrou o mero pragmatismo vencedor, mas sofreu à grande e levou com um turbilhão de futebol. Esta selecção portuguesa tem uma cara sóbria e cinzenta, igual àquela com que conquistou o Euro 2016. Um goleador voraz, um guarda-redes notável e muito sofrimento para poder roubar o triunfo a um atrevido Marrocos, que não mereceu o castigo da derrota pelo que fez com a bola. Quis tê-la e usou-a para ser melhor do que Portugal do princípio ao fim.”

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El País (Espanha)
“Futebol fraco e o encontro regular de Cristiano com o golo, contra o descaramento exibicional de Marrocos. Até agora, Portugal não tem outra receita, mas é suficiente para ter ficado a um dedo da qualificação para os oitavos-de-final. Portugal mostrou o mero pragmatismo vencedor, mas sofreu à grande e levou com um turbilhão de futebol. Esta selecção portuguesa tem uma cara sóbria e cinzenta, igual àquela com que conquistou o Euro 2016. Um goleador voraz, um guarda-redes notável e muito sofrimento para poder roubar o triunfo a um atrevido Marrocos, que não mereceu o castigo da derrota pelo que fez com a bola. Quis tê-la e usou-a para ser melhor do que Portugal do princípio ao fim.”

La Gazzetta dello Sport (Itália)
“Fez duas coisas, Ronaldo, que resumem o encontro. Exultou após o seu quarto golo [neste Mundial]. E no fim da primeira parte nem esperou por chegar ao túnel para exprimir o seu desapontamento ao seleccionador Fernando Santos. Teve razão em ambas: Portugal ganhou, soma quatro pontos e pode fazer a festa. Mas o prazer é limitado, pouco convincente, mostra ter dado passos atrás em relação ao jogo com Espanha. Os campeões da Europa por agora seguem a reboque do número 7: Bernardo Silva, designado segundo violino, não se iluminou, Guedes corre e pouco mais, João Mário não está longe do visto em Milão. Os centrais, experientes, às vezes cambaleiam mas permanecem sempre em pé: Pepe e Fonte, dois flibusteiros.”

The Guardian (Inglaterra)
“Fernando Santos queria ver mais dos actores secundários da sua equipa, mas, enfim, enquanto o seleccionador português tiver Cristiano Ronaldo, provavelmente isso não será essencial. Ronaldo fez aquilo que Ronaldo faz. Chegou a zonas perigosas, marcou e foi decisivo. Não interessa que a exibição de Portugal não tenha sido memorável. O objectivo foi alcançado e colocaram um pé nos oitavos-de-final. O golo surgiu cedo e, depois do hat-trick no empate 3-3 contra Espanha, avança na corrida para a Bota de Ouro.”

Olé (Argentina)
“São Cristiano Ronaldo. Quanto pior joga Portugal, maior se torna Cristiano Ronaldo. A equipa não defendeu bem, falhou as transições no meio-campo para chegar ao ataque, sofreu em cada ataque marroquino, mas pôde contar com esse animal chamado CR7 para ganhar um jogo que não merecia ganhar. Marrocos, com o seu bom toque e critério para trocar a bola, acabou penalizado por não ter nem 10% da eficácia do craque rival.”

Marca (Espanha)
“Cristiano Ronaldo está a converter-se no factor mais determinante do Mundial até agora. Portugal gira em torno do avançado do Real Madrid, tanto que os golos que marca, as oportunidades e situações de perigo têm a denominação de origem da Madeira. O avançado tinha conseguido empatar quanto a sua selecção passava pior contra a Espanha e frente a Marrocos chegou e sobrou para que a sua equipa somasse três pontos. Foi dele o golo, as jogadas de perigo e a sensação de que a qualquer momento podia ser decisivo.”

Lance! (Brasil)
“Recordista e decisivo: CR7 garante triunfo de Portugal sobre Marrocos. Cristiano Ronaldo em campo é sinónimo de recorde. Com a corda toda, o camisola 7 de Portugal seguiu com seu apetite alto. Nesta quarta-feira, no Estádio Luzhniki, bastou uma cabeçada certeira no início do jogo para decretar o triunfo português, que jogou mal, por 1-0 diante do Marrocos, na segunda ronda do Grupo B.
Portugal fez uma partida muito abaixo do esperado. Um desempenho que não animaria os seus adeptos num duelo diante de um rival mais qualificado. No entanto, mesmo com muitos erros, pouca criatividade e calor de Marrocos, os portugueses não demonstraram desespero. Isso também foi vital para o triunfo.”

BBC (Inglaterra)
“Ronaldo voltou a mostrar porque Portugal depende dele. Ronaldo foi indubitavelmente a figura da primeira semana deste Mundial e garantiu que vai continuar no topo da actualidade com mais uma contribuição decisiva. Ele esteve no centro das atenções desde o momento em que a sua imagem surgiu nos ecrãs gigantes, incentivado pelos adeptos portugueses e outros que viajaram para Moscovo exclusivamente para vê-lo – e apupado pelos adeptos de Marrocos. A exibição do futebolista de 33 anos não foi tão espectacular quanto a que fez contra Espanha, mas ele voltou a mostrar porque é que a equipa depende tanto dele. Dos oito remates de Portugal, seis foram dele – incluindo o mais importante.”

Folha de S. Paulo (Brasil)
“Com Cristiano Ronaldo decisivo outra vez, o pragmático futebol português ganhou a sua primeira partida no Campeonato do Mundo da Rússia por um simples 1-0. Com a derrota, Marrocos é a primeira selecção eliminada do Mundial. O único golo da partida surgiu aos quatro minutos de jogo. A defesa africana, e ainda mais o defesa Manuel da Costa, filho de pai português e mãe marroquina, sabia que não poderia errar nenhuma vez durante os 90 minutos. Objectivo que naufragou rápido. Após cruzamento da direita, Cristiano Ronaldo percebeu o buraco no meio da área. Praticamente sem saltar, marcou de cabeça o seu quarto golo no Mundial da Rússia.”

L’Équipe (França)
“Não faltou vontade a Marrocos, desde o apito inicial do jogo, embora tenha sido Portugal a fazer a diferença logo no início. Como tem vindo a ser hábito neste Campeonato do Mundo, o marcador foi inaugurado na sequência de um lance de bola parada. Os portugueses aproveitaram uma boa combinação num canto, com Bernardo Silva a tocar para João Moutinho. O centro deste último encontrou Cristiano Ronaldo, marcado por um Manuel da Costa demasiado estático, que pôde concluir com um cabeceamento em mergulho.”