Os mesmos problemas, disfarçados por Patrício e Ronaldo

Portugal derrotou Marrocos mas teve de sofrer bastante para segurar os três pontos.

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Se antes do primeiro jogo de Portugal perguntassem a Fernando Santos se comprava um empate (Espanha) e uma vitória (Marrocos) nos dois primeiros jogos do Mundial 2018, é provável que o seleccionador nacional respondesse que o objectivo seria começar com dois triunfos. No seu íntimo, porém, o técnico dificilmente desdenharia garantir quatro pontos contra um dos favoritos à vitória na prova e uma das melhores selecções africanas. O que Fernando Santos dispensava, de certeza - no final do jogo deixou-o claro -, eram exibições “difíceis de perceber”. À semelhança da estreia em Sochi, o desempenho de Portugal em Moscovo revelou-se repleto de equívocos. Valeu (mais) um golo de Cristiano Ronaldo e uma exibição sem mácula de Rui Patrício para garantir uma sofrida vitória contra Marrocos.

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Se antes do primeiro jogo de Portugal perguntassem a Fernando Santos se comprava um empate (Espanha) e uma vitória (Marrocos) nos dois primeiros jogos do Mundial 2018, é provável que o seleccionador nacional respondesse que o objectivo seria começar com dois triunfos. No seu íntimo, porém, o técnico dificilmente desdenharia garantir quatro pontos contra um dos favoritos à vitória na prova e uma das melhores selecções africanas. O que Fernando Santos dispensava, de certeza - no final do jogo deixou-o claro -, eram exibições “difíceis de perceber”. À semelhança da estreia em Sochi, o desempenho de Portugal em Moscovo revelou-se repleto de equívocos. Valeu (mais) um golo de Cristiano Ronaldo e uma exibição sem mácula de Rui Patrício para garantir uma sofrida vitória contra Marrocos.

“Vou ter que falar com os jogadores.” Ainda a quente, poucos segundos depois de Portugal garantir a primeira vitória no Mundial 2018, Fernando Santos não escondeu que algo “difícil de perceber” acontecera no Estádio Luzhniki. Numa reprise de um filme já visto com Espanha, a selecção entrou praticamente a ganhar, mas de imediato perdeu o controlo. Se os espanhóis viram-se empatados por uma exibição histórica de Ronaldo, os marroquinos podem-se queixar da falta de eficácia e de um super Rui Patrício.

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Aos 65 segundos, a bola só tinha conhecido pés marroquinos e o perigo já rondava a baliza portuguesa. De forma ruidosa, os adeptos africanos, em clara maioria, responderam com entusiasmo, mas foram os poucos portugueses que festejaram: após um canto, Moutinho colocou na área e Ronaldo, após fugir à marcação de Manuel da Costa, fez de cabeça o primeiro golo. Com apenas quatro minutos, o “7” de Portugal destronava Puskas como jogador europeu com mais golos (85) pelas selecções nacionais; Moutinho fazia a quinta assistência em fases finais (Euro 2008, 2012, 2016 e Mundial 2018); Marrocos ficava ainda mais pressionado.

Com João Mário no lugar de Bruno Fernandes – a única alteração em relação ao jogo com a Espanha -, o 4x4x2 de Fernando Santos nem tempo teve de ser testado. Repetindo uma opção já vista em Sochi, o técnico não demorou a encostar Gonçalo Guedes à esquerda, colocando João Mário no centro, nas costas de Cristiano Ronaldo e à frente da dupla Moutinho-William. O “plano B” de Fernando Santos parece, no entanto, inquinado.

Sem se desorganizar, Marrocos mostrou que o 4x2x3x1 do competente Hervé Renard está bem trabalhado. Com três alterações em relação ao jogo com o Irão – entraram Manuel da Costa, Nabil Dirar e Khalid Boutaid -, o futebol apoiado e veloz pelos flancos de Marrocos rapidamente colocou Portugal em aflição. Boussoufa (10’ e 19’) e Benatia (11’) deixaram as primeiras ameaças.

Com demasiados passes falhados e pouca segurança na posse de bola, os portugueses mostravam-se incapazes de estancar o perigo marroquino, mas o génio de Ronaldo quase garantiu o segundo da equipa nacional: isolado por um grande passe do capitão, Gonçalo Guedes não soube ultrapassar El Kajoui. A primeira parte acabava com mais perigo para Rui Patrício - Belhanda novamente após uma bola parada – e uma estatística pouco abonatória para Portugal: desvantagem nos remates (5-8) e na posse de bola (49%-51%).

Ao intervalo Fernando Santos não mexeu, mas o arranque dos últimos 45 minutos parecia trazer melhorias: em boa posição, Ronaldo chutou por cima. Mas o jogo continuava a ser de Marrocos. Com a luta a meio campo perdida – João Mário foi sempre demasiado passivo para a agressividade marroquina -, Portugal foi recuando, dando a injecção de confiança que os africanos precisavam. Aos 55’, Patrício mostrou segurança após um remate de Belhanda; dois minutos depois o guarda-redes português impediu com uma defesa fantástica nova tentativa do médio do Galatasaray.

Visivelmente preocupado, Fernando Santos tentou equilibrar a luta a meio campo com a troca de João Mário por Bruno Fernandes, mas apesar de uma ligeira melhoria, Benatia (78’) esteve perto do empate e, em cima do minuto 90, foi Pepe que travou um remate perigoso de Ziyach.

A importante vitória estava garantida, mas apesar do mérito de Marrocos, há demasiados problemas para Fernando Santos corrigir nos próximos dias em Kratovo.