Terceira edição do festival Trengo traz 16 espectáculos de circo ao Porto

De 30 de Junho a 8 de Julho, o novo circo e o circo contemporâneo vão ocupar vários espaços da cidade.

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Rojo estándar, dos espanhóis Lanórdika, uma das estreias nacionais do festival DR

A terceira edição do festival Trengo, que decorre de 30 de Junho a 8 de Julho, vai apresentar, em três espaços do Porto, um total de 16 espectáculos de circo, com destaque para as estreias absolutas de Arquétipo Acto II, da companhia Radar 360, e Fugu, de Gilberto Oliveira e Margarida Fernandes, ou ainda para Rojo Estándar, dos espanhóis Lanórdika.

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A terceira edição do festival Trengo, que decorre de 30 de Junho a 8 de Julho, vai apresentar, em três espaços do Porto, um total de 16 espectáculos de circo, com destaque para as estreias absolutas de Arquétipo Acto II, da companhia Radar 360, e Fugu, de Gilberto Oliveira e Margarida Fernandes, ou ainda para Rojo Estándar, dos espanhóis Lanórdika.

Além das 11 criações nacionais e de outras cinco internacionais, todas em estreia nacional, que compõem o cartaz, o festival vai contar com palestras, oficinas de formação e debates.

O evento desdobrar-se-á entre os espectáculos de rua, de entrada gratuita, no Jardim Paulo Vallada e na Quinta do Covelo, e o Teatro Municipal Rivoli, onde se apresentarão Fugu, a 30 de Junho, Baixos e Altos, da companhia portuguesa FIAR, a 6 de Julho, e Mundo Interior, de João Garcia Miguel, com a companhia O Último Momento, no dia 7.

Da programação constam ainda dois Trengolas, no dia 1 e no dia 8, na Quinta do Covelo, formato que consiste na primeira apresentação de espectáculos ainda em construção (no caso, de Teresa Santos ou Daniel Gonçalves), e a estreia da versão de rua de Savar AM, da Erva Daninha.

"Ao invés de um tema, o que temos no festival é uma tentativa de trazer o circo muito para o contemporâneo. Gostamos até de distinguir o circo contemporâneo do novo circo, apresentando espectáculos mais completos, mais de autor", apontou à Lusa Julieta Guimarães, que assume com Vasco Gomes a direcção artística do Trengo, destacando ainda a "mistura de linguagens" e a "presença constante do movimento e da dança" que caracterizam esta terceira edição do festival. É um efeito do "grande movimento da dança" que se verifica actualmente na cidade, mas também uma resposta às expectativas do público, que "já viu os mortais e os trapézios todos".

Apoiado pela primeira vez pela Direcção-Geral das Artes (DGArtes), num montante de 40 mil euros, o festival pôde "dobrar o orçamento" e aumentar não só "a qualidade da programação mas também da recepção de artistas e programadores", o que lhe permitirá ter observadores estrangeiros no Porto a assistir aos espectáculos, destaca Julieta Guimarães. Este apoio da DGArtes, acrescenta, reforça a valorização "do circo e das artes de rua".

O apoio do Teatro Municipal do Porto, que cede o espaço do Rivoli para três espectáculos, deu ao Trengo a possibilidade de atribuir "três bolsas de apoio à criação a projectos nacionais", um estímulo às áreas do novo circo e do circo contemporâneo, ainda "em desenvolvimento em Portugal", onde continuam preconceituosamente associadas a uma ideia de "comercial e entretenimento."

"Não chega trazer exemplos franceses e belgas a Portugal sem dar financiamento a quem trabalha cá, se não vai tudo estudar e trabalhar para fora. Precisamos de pessoas aqui que façam coisas, e para isso é preciso dinheiro", resume a directora artística do Trengo.

O reforço do financiamento ao novo circo, no âmbito de uma nova linha de apoio, permite ainda "construir espectáculos com dimensão europeia, para se trabalhar a essa escala", em vez de espectáculos mais pequenos que têm, depois, "mais dificuldades de entrar no mercado internacional". O foco no apoio a artistas para apresentarem espectáculos no estrangeiro terá sequência num novo "projecto de apoio à criação e desenvolvimento do circo português" promovido pela Erva Daninha e pelo Teatro Municipal do Porto, que lhe consagrará uma presença mais significativa na sua programação.

A expectativa da organização é "manter o número de público", mesmo que isso não seja a principal preocupação do evento, que pretende sensibilizar para a existência do circo contemporâneo no Porto, prosseguindo o legado da antiga directora do Rivoli, Isabel Alves Costa (1946-2009) – um legado de que a Erva Daninha, a companhia organizadora do festival (em parceria com a empresa municipal Porto Lazer), se reclama.