Vem aí a primeira temporada de Diogo Infante à frente do Trindade

Neste teatro lisboeta, a partir de Setembro, vai haver uma ópera de Nuno Côrte-Real e Pedro Mexia, Marquês de Sade, emigrantes, Shakespeare, o Festival de Almada, além de concertos e de dança.

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Diogo Infante oxi oxana ianin

A partir de Setembro, muito irá mudar no Teatro da Trindade. A primeira temporada com Diogo Infante à frente da direcção artística do teatro lisboeta foi apresentada nesta terça-feira de manhã e trouxe com ela várias novidades. Os espectáculos vão começar 30 minutos mais cedo (às 21h na sala principal e às 21h30 na Sala Estúdio) e à quarta-feira será o dia do espectador, com descontos nos bilhetes, por exemplo. E a mudança far-se-á sentir até mais cedo: a partir de 11 de Julho, data de estreia de Carmen, um espectáculo de homenagem a Carmen Dolores, a sala principal, até agora conhecida como Sala Eça de Queiroz, passará a ter o nome da actriz.

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A partir de Setembro, muito irá mudar no Teatro da Trindade. A primeira temporada com Diogo Infante à frente da direcção artística do teatro lisboeta foi apresentada nesta terça-feira de manhã e trouxe com ela várias novidades. Os espectáculos vão começar 30 minutos mais cedo (às 21h na sala principal e às 21h30 na Sala Estúdio) e à quarta-feira será o dia do espectador, com descontos nos bilhetes, por exemplo. E a mudança far-se-á sentir até mais cedo: a partir de 11 de Julho, data de estreia de Carmen, um espectáculo de homenagem a Carmen Dolores, a sala principal, até agora conhecida como Sala Eça de Queiroz, passará a ter o nome da actriz.

Depois de uma breve introdução de Francisco Caneira Madelino, presidente do conselho de administração da Fundação INATEL, em que se mencionou que o orçamento para a produção própria este ano era de 300 mil euros, foi a altura de Infante, que está aos comandos da direcção artística desde Dezembro, falar. O actor lembrou que se estreou na encenação naquele mesmo espaço há 27 anos e apresentou 11 novos espectáculos, dez deles em co-produção com outras entidades. Mencionou que quer ter uma programação com uma identidade própria e espectáculos em que o mais importante são os textos, “narrativas clássicas ou contemporâneas”, e os actores. 

Além dessa programação, haverá também música e dança, continuando, por exemplo, o Ciclo Mundos, uma parceria com o Festival Músicas do Mundo de Sines. Mantém-se também a ligação ao Festival de Almada e à Escola Superior de Teatro e Cinema. O Prémio Novos Textos Teatrais vai ser reformulado, com um prémio pecuniário de 2500 euros e a promessa de se publicar em livro e encenar na Sala Estúdio o texto vencedor.

Quanto à programação em si, há quatro peças na Sala Carmen Dolores. A ideia é a maioria estar em cena entre oito e dez semanas. De 12 de Setembro e a 27 de Janeiro, Fernando Gomes encena e actua em A Pior Comédia do Mundo, de Michael Frayn, que também conta com José Pedro Gomes e Elsa Galvão. Enquanto esse espectáculo faz uma pausa, de 8 a 18 de Novembro, há um dos maiores destaques, um original em estreia: Canção do Bandido, uma ópera cómica em co-produção com o Teatro Nacional de São Carlos, com música e direcção musical de Nuno Côrte-Real e libreto de Pedro Mexia. Encenada por Ricardo Neves-Neves, é um projecto que vem dos tempos em que Inês de Medeiros estava aos comandos do teatro e parte do conto tradicional O Macaco de Rabo Cortado, e revisita as figuras de Casanova e Don Juan.

Já em Março, o próprio director artístico encena Zoom, de Donald Margulies, de 13 a 31, com Sandra Faleiro, Sara Matos, João Reis e Virgílio Castelo, e produção só do Teatro da Trindade. No mês seguinte, de 17 de Abril a 9 de Junho, João Mota monta um Romeu e Julieta, de Shakespeare, com Bárbara Branco e José Condessa. Por um dia só, a 22 de Junho, há uma produção exterior ao Trindade: Ninguém & Todo o Mundo, uma ópera a partir do universo de Gil Vicente com música de Daniel Moreira e libreto de Ayres d’Abreu.

Já na Sala Estúdio, mais pequena, com alguns espectáculos para ficarem em cena entre cinco e seis semanas, Paulo Pinto atira-se a Credores, de August Strindberg, de 13 de Setembro a 7 de Outubro, peça à qual se segue Boa Noite, Mãe, de Marsha Norman, com encenação de Hélder Gamboa, de 17 de Outubro a 25 de Novembro. No mês seguinte, de 1 de Dezembro a 20 de Janeiro de 2019, sobe à cena Junto, de Mariana Lemos, um espectáculo para bebés. Pouco depois, a 30 de Janeiro e até 10 de Março, Martim Pedroso e a Nova Companhia estreiam Boudoir, um original a partir do universo do Marquês de Sade.

#EMIGRANTES, encenação de Ricardo Boléo a partir do polaco Slawomir Morzek, poderá ser vista de 20 de Março a 28 de Abril, seguindo-se, de 8 de Maio a 16 de Junho, 3 Gods, uma nova criação de Rui Neto. O Testamento de Maria, do escritor irlandês Colm Tóibín, com direcção artística de Daniel Gorjão e Carla Galvão, que é também a única pessoa em palco, decorre de 26 de Junho a 28 de Julho.

Os bilhetes para todos os espectáculos já estão à venda.