Rio aberto a colaborar com o Governo no combate à pobreza

Líder do PSD reuniu-se ontem com a direcção da Rede Europeia Antipobreza e admitiu incluir o tema da pobreza no programa eleitoral do partido.

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Rui Rio reuniu-se com o presidente da Rede Europeia Anti Pobreza, padre Jardim Moreira LUSA/RICARDO CASTELO

No dia em que a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) revela que são precisas cinco gerações para se sair da pobreza em Portugal, Rui Rio declara que o PSD está disponível para colaborar com o Governo numa estratégia de combate à pobreza, admitindo mesmo incluir esta matéria no programa eleitoral do partido, onde constarão as linhas orientadoras desse combate.

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No dia em que a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) revela que são precisas cinco gerações para se sair da pobreza em Portugal, Rui Rio declara que o PSD está disponível para colaborar com o Governo numa estratégia de combate à pobreza, admitindo mesmo incluir esta matéria no programa eleitoral do partido, onde constarão as linhas orientadoras desse combate.

"Se antes das eleições, este Governo quiser fazer alguma coisa de estrutural [no combate à pobreza], temos toda a disponibilidade para colaborar, porque ser oposição é também defender o interesse nacional, e não estar sempre a dizer mal de tudo", declarou o presidente do PSD, aos jornalistas, numa conferência de imprensa, que se seguiu à reunião que teve com o presidente da Rede Europeia Antipobreza, o padre Jardim Moreira, na sede do PSD, no Porto.

A propósito, o líder social-democrata revelou que, em breve, irá ocorrer uma outra reunião entre o presidente da Rede Europeia Antipobreza e os membros da área social do Conselho Estratégico Nacional do PSD, para que depois seja inscrito no programa eleitoral uma estratégia de combate à pobreza.

Referindo- se ao relatório da OCDE que revela que uma família pobre portuguesa precisará de cinco gerações para sair desse cenário, Rio considerou- o "inaceitável num país que se quer desenvolvido" e que "faz parte da União Europeia". Para Rui Rio, "qualquer programa de luta contra a pobreza tem de ter a participação muito activa das autarquias (câmaras e juntas de freguesia) e Instituições Particulares de Solidariedade Social", pois a sua execução – sublinha –"requer muita proximidade". Sublinhando que cabe ao Estado definir uma estratégia nacional, Rui Rio reafirmou a importância de envolver as autarquias neste combate, considerando-as “vitais" nessa execução.

Antes, o presidente da Rede Europeia Antipobreza, o padre Jardim Moreira, insurgiu-se contra a falta de empenho dos sucessivos governos em relação à pobreza, vincando trata-se de um problema que "só se resolve com uma intervenção estrutural e multidimensional". De outra forma, disse, "tal não é possível”. “Continua-se a gastar dinheiro para alimentar os pobres e manter os dependentes”.

“Estamos um pouco entregues à nossa sorte”

E porque domingo se assinala um ano da tragédia dos incêndios em Pedrógão, os jornalistas quiseram saber se Rio considera que o país está agora mais bem preparado do que em 2016 em matéria de combate a incêndios. “O país está mais bem preparado do que no ano passado para combater incêndios", mas, ao mesmo tempo, observa que “não estamos com a organização que deveríamos e que poderíamos estar. Estamos um pouco entregues à nossa sorte”.

“Acho que o país está mais bem preparado, mas, se me perguntar se foi tudo feito o que era possível fazer e tudo muito bem organizado, não, sinceramente, acho que não”, avaliou, frisando que “não estamos com a organização que deveríamos e que poderíamos estar, estamos um pouco entregues à nossa sorte”. A uma semana do início do Verão, o líder social-democrata disse não estar “minimamente à espera de tragédias idênticas às do não passado, mas não deixou de notar que, “se calhar, incêndios grandes vamos ter mais do que aquilo que poderíamos ter”.