Nova imagem do Pirilampo Mágico faz atrasar campanha de angariação de fundos
Imagem do boneco foi renovada e adequada à norma CE o que atrasou o fabrico e obrigou ao alargamento da campanha até dia 17 de Junho e à abertura de uma segunda fase, em Outubro.
A campanha Pirilampo Mágico 2018, cujas verbas revertem para as organizações sem fins lucrativos que prestam assistência a pessoas com deficiência, esbarrou este ano com atrasos na produção do célebre boneco. Resultado: a Federação Nacional de Cooperativas de Solidariedade Social (Fenacerci), que coordena a iniciativa, decidiu prolongar a campanha até ao dia 17 de Junho, por um lado, e abrir uma segunda fase na primeira quinzena de Outubro, por outro.
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A campanha Pirilampo Mágico 2018, cujas verbas revertem para as organizações sem fins lucrativos que prestam assistência a pessoas com deficiência, esbarrou este ano com atrasos na produção do célebre boneco. Resultado: a Federação Nacional de Cooperativas de Solidariedade Social (Fenacerci), que coordena a iniciativa, decidiu prolongar a campanha até ao dia 17 de Junho, por um lado, e abrir uma segunda fase na primeira quinzena de Outubro, por outro.
A contrariedade coincidiu com o ano em que a Fenacerci decidiu renovar a imagem do boneco que há 31 anos se tornou a imagem de marca da angariação de fundos para as Cerci. Estas, segundo a organização, apoiam cerca de 25 mil pessoas com deficiência. “Só conseguimos produzir cerca de um quarto dos bonecos previstos, porque o facto de termos decidido refrescar a sua imagem, implicou mudanças no processo de fabrico, cujos moldes são completamente diferentes do que era habitual”, adiantou ao PÚBLICO o vice-presidente da Fenacerci, Rogério Cação, para sublinhar que este “incumprimento contratual por parte do fabricante" é inédito e "será tratado nas instâncias próprias”.
O tradicional boneco de peluche surge agora em PVC e com uma imagem mais high tech por uma necessidade “de refrescar a imagem” de um boneco que foi lançado em 1986. “Há muito que queríamos remoçar o aspecto do boneco e aconteceu ainda que, nas últimas edições, fomos alertados pela ASAE [Autoridade de Segurança Alimentar e Económica] e pela Autoridade Tributária para o facto de o boneco, sendo um brinquedo, não cumprir os requisitos CE”.
“A ASAE enquanto autoridade de fiscalização de mercado analisou em 2017, a pedido da Autoridade Tributária e Aduaneira, a conformidade do artigo Pirilampo Mágico à luz da legislação, aquando da importação destes produtos que eram à data, provenientes de países terceiros, procedimento este que resulta de obrigações comunitárias enquanto Estado-membro. Neste âmbito, comunica-se ainda, que não houve qualquer aplicação de medidas sancionatórias pela ASAE sendo que a Fenarcerci já tinha, em importações anteriores, conhecimento que estes produtos disponibilizados no mercado tem de se adaptar aos requisitos de segurança previstos na legislação comunitária”, respondeu a ASAE ao PÚBLICO.
O carimbo CE é dado aos brinquedos que demonstram cumprir os requisitos de segurança. O boneco anterior, como reconhece Rogério Cação, “tinha peças soltas, nomeadamente os olhos e a antena que era descartável”, pelo que a Fenacerci decidiu acatar as recomendações da ASAE “que de forma muito pedagógica nos vinha alertando para eventuais problemas futuros de circulação do boneco, que corria, por exemplo, o risco de ficar retido numa alfândega”.
Atrasos imputáveis ao fornecedor
Os atrasos na campanha que deveria ter decorrido entre 18 de Maio e 10 de Junho são assim totalmente imputáveis ao fornecedor e fabricante do boneco, sendo que este está actualmente “a ser fabricado a bom ritmo” o que leva Rogério Cação a acreditar no sucesso da segunda fase da campanha que surgirá associada à Corrida Pirilampo Mágico, agendada para o dia 5 de Outubro.
Com um nome retirado de um poema da Maria Alberta Menéres, o Pirilampo Mágico tornou-se um dos maiores símbolos de solidariedade social em Portugal.
Desde o dia 10 de Maio de 1987, data de início da primeira campanha, foram vendidos 22.487 milhões de pirilampos e mais de 77 mil t-shirts, 2,6 milhões de pins, além de canecas, sacos de tecido, bonés e livros. No primeiro ano, eram 38 as entidades beneficiárias, num universo que, no ano passado, tinha aumentado para as 85.
O boneco, vendido a dois euros, poderá ser encontrado em bancas de rua e nalguns balcões dos CTT e da Caixa Económica Montepio, além de nas escolas.