Um livro e um prémio com o nome de Paulo Cunha e Silva

Antigo vereador da Cultura da Câmara do Porto é evocado este sábado no Palácio de Cristal.

Foto
Paulo Cunha e Silva (1962-2015) Manuel Roberto

O título do livro evoca o número de dias – 751 – que durou o mandato de Paulo Cunha e Silva (1962-2015) à frente do pelouro da Cultura da Câmara Municipal do Porto (CMP), e o seu lançamento, este sábado, às 17h, irá anteceder a inauguração da exposição relativa ao prémio de arte que a autarquia decidiu criar, no final de 2016, em homenagem ao antigo vereador.

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O título do livro evoca o número de dias – 751 – que durou o mandato de Paulo Cunha e Silva (1962-2015) à frente do pelouro da Cultura da Câmara Municipal do Porto (CMP), e o seu lançamento, este sábado, às 17h, irá anteceder a inauguração da exposição relativa ao prémio de arte que a autarquia decidiu criar, no final de 2016, em homenagem ao antigo vereador.

O livro em causa, 751 Dias – O tempo não consome a eternidade, da jornalista Helena Teixeira da Silva, traça “uma panorâmica sobre a personalidade do ex-braço direito de Rui Moreira na autarquia”, ouvindo várias figuras que com ele trabalharam ou privaram no decorrer do mandato iniciado em Outubro de 2013 e bruscamente interrompido pela sua morte, a 11 de Novembro de 2015.

Em conjunto com o lançamento desta publicação na Biblioteca Municipal Almeida Garrett, será finalmente inaugurada, na galeria contígua, às 18h, a exposição da edição inaugural do Prémio Internacional de Artes Paulo Cunha e Silva.

Inicialmente anunciada para o mês de Março, a mostra, a decorrer na Galeria Municipal do Porto até 19 de Agosto, vai dar a ver as obras dos seis finalistas seleccionados há cerca de um ano por um júri internacional constituído pelo artista plástico Julião Sarmento, pelos curadores João Laia e Vicente Todolí, o valenciano ex-director do Museu de Serralves, e pela coreógrafa norte-americana Meg Stuart.

Com curadoria de João Laia e Guilherme Blanc, assessor para a Cultura na autarquia, a exposição apresenta os trabalhos da dupla portuguesa Mariana Caló-Francisco Queimadela, do brasileiro Jonathas de Andrade, da espanhola June Crespo, da norte-americana Christine Sun Kim, do guatemalteco Naufus Ramírez Figueroa e da ucraniana Olga Balema.

Estes artistas candidatam-se a um prémio no valor de 25 mil euros, financiado pela Fundação Millennium BCP, cujo vencedor será decidido pelo júri após avaliação da exposição o anúncio está marcado para o dia 2 de Julho.

Recorde-se que, diz o regulamento, este prémio se destina a artistas com menos de 40 anos que no seu currículo não contem com mais do que uma exposição individual num espaço ou numa instituição “de relevo internacional”.

No comunicado em que enumera as obras dos seis finalistas (e sete artistas), a CMP especifica que, na sua obra, Christine Sun Kim “investiga a sua própria relação com a oralidade e ambientes aurais”. A artista, que se expressa em língua gestual americana, “examina o conceito de som através de exercícios, experiências e observações desconstrutivas, encontrando inspiração na sua própria experiência para explorar a natureza expressiva e comunicativa do som”.

Já o brasileiro Jonathas de Andrade “utiliza fotografia, instalação e vídeo para construir narrativas que atravessam a memória colectiva e a história, com recurso a estratégias que confundem a relação entre ficção e realidade”. A espanhola June Crespo, radicada em Bilbao, “trabalha com a reprodução de imagens e a sua circulação nos universos do design gráfico, da escultura e da instalação”.

O artista guatemalteco Naufus Ramírez-Figueroa, que trabalha com desenho, performance, escultura e vídeo, “explora o cruzamento entre história e forma, através das lentes da sua própria diáspora” durante e após a Guerra Civil no seu país, entre 1960 e 1996. E a ucraniana Olga Balema “trabalha com bolsas de água compostas de PVC transparente, que servem de recipientes para vários elementos esculturais e pictóricos”.

Finalmente, a dupla portuguesa Mariana Caló-Francisco Queimadela, formada em 2010, representa o país na exposição “através de um uso privilegiado da imagem em movimento, intersectando ambientes ‘instalativos’ e site-specific, mas também o desenho, a pintura, a fotografia e a escultura”.

A escolha da data de 9 de Junho para a apresentação simultânea do livro e da exposição deve-se ao facto ser o dia em que Paulo Cunha e Silva nasceu, em Beja, há 56 anos.