Recusa de Sá Pinto e Scolari atenuada por contratação de Bruno Gaspar
Bruno de Carvalho garantiu reforço no dia em que foi obrigado a eliminar dois nomes importantes no rol de candidatos à sucessão de Jorge Jesus.
Ricardo Sá Pinto e Luiz Felipe Scolari, os nomes apontados com maior insistência como sucessores de Jorge Jesus no comando técnico do Sporting, clarificaram durante o dia de ontem as respectivas posições relativamente à possibilidade de assumirem, no imediato, o cargo de treinador principal do emblema de Alvalade. E a resposta foi negativa.
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Ricardo Sá Pinto e Luiz Felipe Scolari, os nomes apontados com maior insistência como sucessores de Jorge Jesus no comando técnico do Sporting, clarificaram durante o dia de ontem as respectivas posições relativamente à possibilidade de assumirem, no imediato, o cargo de treinador principal do emblema de Alvalade. E a resposta foi negativa.
Sá Pinto manifestou-se ao final da manhã e Scolari a poucas horas do Portugal-Argélia, escolhendo timings e estilos ligeiramente diferentes para dizer praticamente o mesmo: que não estão reunidas as condições necessárias para assumir um projecto impregnado de interrogações.
O contraponto acabaria por ser feito com o anúncio oficial, a meio da tarde, da contratação do defesa lateral direito Bruno Gaspar, de 25 anos, com vínculo válido até 2023.
O momento actual do Sporting, de profunda incerteza — com Bruno de Carvalho inflexível perante o coro de críticos que exigem a demissão do Conselho Directivo e a devolução da palavra aos sócios em Assembleia Geral —, condiciona, inevitavelmente, o planeamento do clube. E essa é, de facto, a primeira ilação a extrair das recusas dos dois treinadores.
Luiz Felipe Scolari confirmou, através de uma comunicação ao cargo da assessoria de imprensa do ex-seleccionador português, vice-campeão europeu em 2004, a abordagem sportinguista, bem como a indisponibilidade para abraçar o projecto de Bruno de Carvalho. O brasileiro entende que este não é o timing adequado para regressar a Portugal.
“Agradeci pela lembrança, mas neste momento não posso aceitar o convite”, afirmou Scolari, cujo currículo, estatuto de campeão mundial e vasta experiência configuravam um trunfo importante para colmatar o “vazio” criado pela rescisão “amigável” de Jorge Jesus, que entretando assinou contrato com o Al-Hilal, da Arábia Saudita.
Sem mencionar a existência de contactos exploratórios, Sá Pinto manifestou-se poucas horas depois de regressar a Portugal, já sem vínculo ao Standard Liège, ao serviço do qual conquistou a Taça da Bélgica. E o ex-leão não poderia ter sido mais claro a identificar as razões do seu afastamento desta discussão, referindo a falta de “união e estabilidade” em Alvalade. “Tenho amigos, pessoas de quem gosto e considero, pessoas importantes... que estão divididas. O Sporting não é hoje um clube unido. Só todos juntos poderão fazer um Sporting forte”, declarou o técnico da formação principal dos “leões” em 2012.
“A minha ligação ao Sporting é eterna. Não se trata apenas de trabalho, é uma grande responsabilidade emocional. Tem um impacto muito grande na minha vida pessoal e profissional. Nesta altura, estou triste com o que se está a passar, não existem condições fundamentais para voltar. Talvez no futuro, mas não nesta altura”, finalizou.
Face a este quadro, que importa clarificar o mais depressa possível, tendo em conta a preparação da próxima época, o Sporting apresentou o primeiro reforço para a nova campanha, recrutando em Itália, na Fiorentina, o lateral Bruno Gaspar, contratação que indicia a cada vez mais provável saída de Cristiano Piccini do plantel. Bruno Gaspar, produto da formação do Benfica, evoluiu na equipa B dos “encarnados” durante duas temporadas antes de ser emprestado ao V. Guimarães, surgindo agora como “trunfo” para contrariar a ideia de sangria no plantel, tendência vincada pelos processos de rescisão protagonizados por Rui Patrício e Daniel Podence e que poderá alastrar-se.
Titular indiscutível no V. Guimarães, Bruno Gaspar chegou à Fiorentina, em 2017, numa transferência de quatro milhões de euros, regressando a Portugal com uma cláusula de rescisão de 60 milhões de euros “para fazer história... onde ficam os campeões”, disse, desafio que aceitou “sem pensar” duas vezes.