Usar drones e inteligência artificial para encontrar plástico no mar

Projecto inglês usa inteligência artificial para detectar plástico em imagens obtidas através de drones. Voluntários também podem enviar imagens

Novas tecnologias, desde drones a computadores e inteligência artificial, vão ajudar a detectar os resíduos de plástico que poluem as praias e o mar, transmitindo a sua localização e permitindo perceber a sua origem.

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Novas tecnologias, desde drones a computadores e inteligência artificial, vão ajudar a detectar os resíduos de plástico que poluem as praias e o mar, transmitindo a sua localização e permitindo perceber a sua origem.

O projecto The Plastic Tide ("maré de plástico", em tradução livre), oriundo do Reino Unido e divulgado na revista online Digital Trends, consiste na recolha de imagens com lixo de plástico obtidas através de drones, a partir das quais um computador será "ensinado" a reconhecer este tipo de resíduos, distinguindo os vários tipos de objectos, de sacos a escovas de dentes, redes de pesca ou palhinhas.

A monitorização permite perceber a localização dos resíduos, mas também, por exemplo, a sua origem e que empresas fabricaram os produtos depois de transformados em lixo, constatação útil para perceber os sectores e as políticas com mais impacto no ambiente e na vida dos cidadãos.

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"A curto prazo, esta ideia pode ser usada para ajudar a organizar acções de limpeza ao alertar os cidadãos para as zonas com maiores impactos, tanto para a vida humana, como para os ecossistemas marinhos e para as aves", aponta Peter Kohler, o fundador do projecto.

A iniciativa inclui a contribuição de cidadãos voluntários com o envio de imagens de vários pontos do mundo para reunir a maior quantidade possível de informação a inserir no computador. Trata-se de construir um sistema que possa relatar quase em tempo real a forma como os plásticos se espalham, abrangendo além das zonas costeiras também a superfície do mar, fundo marinho, rios e eventualmente, num desenvolvimento futuro, estradas e ferrovias. "Basicamente, tudo está ligado ao mar", refere Peter Kohler.

A iniciativa já atraiu muitos simpatizantes que estão a enviar as suas fotografias, mas também a juntar-se para recolher lixo nas praias e nas costas. O lixo marinho é um dos temas em destaque no Dia Mundial dos Oceanos, que se assinala na sexta-feira, 8 de Junho, depois do Dia Mundial do Ambiente, comemorado na terça-feira, ter tido o tema "sem contaminação por plástico". O plástico tornou-se um problema ambiental grave já que a sua utilização generalizada aumentou substancialmente e permanece entre 50 a 200 anos na natureza, causando danos, nomeadamente nos oceanos, matando peixes e aves que confundem fragmentos de plástico com alimento.

Organizações ambientalistas internacionais alertam que, se a utilização de plástico descartável continuar ao actual ritmo, até 2050 pode haver mais plástico do que peixes nos oceanos e referem a existência de uma enorme quantidade de lixo no oceano Pacífico, formando uma "ilha" de pedaços muito pequenos distribuídos por uma área equivalente a duas vezes a dimensão da França.