Rios de lava deixam mais de 60 mortos e centenas de feridos
Operações de resgate continuam em curso, na sequência da erupção do vulcão Fuego. As espessas nuvens negras de cinza obrigaram a encerrar o Aeroporto internacional da Cidade da Guatemala.
Pelo menos 62 pessoas morreram na Guatemala, na sequência da erupção do vulcão Fuego, este domingo, a cerca de 40 km da Cidade da Guatemala, a capital do país. Segundo a Reuters, há três crianças entre os mortos — cujo número poderá vir a aumentar — e existem centenas de feridos.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Pelo menos 62 pessoas morreram na Guatemala, na sequência da erupção do vulcão Fuego, este domingo, a cerca de 40 km da Cidade da Guatemala, a capital do país. Segundo a Reuters, há três crianças entre os mortos — cujo número poderá vir a aumentar — e existem centenas de feridos.
A cidade de El Rodeo foi uma das mais afectadas, com rios de lava a invadir a localidade, destruindo casas à sua passagem e fazendo com que muitos ficassem impossibilitados de escapar. Mais de 3100 pessoas foram retiradas do local. “Nem toda a gente escapou, penso que ficaram enterrados”, contou Consuelo Hernandez, uma mulher com a cara coberta de cinza que fugia das torrentes de lava.
Num primeiro momento o balanço de morto ficou nos 25, mas o Instituto Nacional de Ciências Forenses, citado pela Associated Press, revelou na tarde desta segunda-feira que o número aumentou para 62.
“Foi um rio de lava que transbordou e afectou El Rodeo. Há pessoas feridas, queimadas e mortas”, explicou Sergio Cabanas, director da Conred, o instituto sísmico, vulcânico e meteorológico da Guatemala.
Há imagens assustadoras, de pessoas cobertas de cinzas e um olhar aterrorizado, caminhando como zombies, casas soterradas levadas pela lava.
O Presidente da Guatemala, Jimmy Morales, convocou o seu gabinete de crise para avaliar a situação e decretou três dias de luto nacional.
As autoridades informaram que se registou uma nova explosão que levou a mais um fluxo piroclástico já na manhã desta segunda-feira o que obrigou a evacuar mais pessoas.
Um sismo de magnitude 5,2 abalou também a costa da Guatemala ontem, de acordo com os serviços geológicos norte-americanos.
O Fuego é um dos vulcões de maior actividade na América Latina. Já tinha entrado em erupção em Fevereiro deste ano com as cinzas a chegarem a uma altura de 1,7 km Em 1974, uma erupção de grandes dimensões destruiu várias quintas e produções agrícolas nas redondezas, mas não se registaram vítimas.
A erupção deste domingo é apenas comparável à de uma ocorrida em 1902, em que milhares de pessoas morreram.
O evento deste domingo resultou ainda no encerramento do aeroporto internacional da Cidade da Guatemala, devido à presença de cinza vulcânica na atmosfera.
Segundo a entidade nacional de coordenação em caso de catástrofes guatemalteco a Conred, foram afectadas cerca de dois milhões de pessoas pela erupção. E o perigo ainda não passou por completo.
“As temperaturas e o fluxo piroclástico podem exceder os 700 graus Celsius e as cinzas vulcânicas podem chover num raio de 15 km”, avisou Cabanas. As autoridades aconselham a população a utilizar máscaras devido à cinza.