Esta feijoada não tem carne nem glúten e venceu um prémio
Uma feijoada pronta-a-comer e sem produtos de origem animal foi a vencedora da segunda edição do Ecotrophelia Portugal. A Bean Ready foi criada por estudantes universitários e vai representar Portugal na competição europeia em Paris
Pronta-a-comer, sem produtos de origem animal e livre de glúten: é assim a feijoada que venceu a segunda edição do prémio Ecotrophelia Portugal, um concurso que avalia e distingue produtos alimentares ecológicos de alunos universitários. A Bean Ready foi desenvolvida por três alunas do mestrado em Engenharia Alimentar da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica do Porto e uma aluna do mestrado em Estudos de Gestão da Universidade do Minho.
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Pronta-a-comer, sem produtos de origem animal e livre de glúten: é assim a feijoada que venceu a segunda edição do prémio Ecotrophelia Portugal, um concurso que avalia e distingue produtos alimentares ecológicos de alunos universitários. A Bean Ready foi desenvolvida por três alunas do mestrado em Engenharia Alimentar da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica do Porto e uma aluna do mestrado em Estudos de Gestão da Universidade do Minho.
As jovens procuram oferecer uma alternativa ao consumo regular de carne e peixe, valorizando as leguminosas e propondo uma refeição rica em fibra e proteína vegetal. Apesar de nenhuma ser vegetariana, preocupam-se em “ter uma alimentação saudável". "Tendo em conta as tendências do mercado, tentamos criar uma alternativa tradicional”, explica Patrícia Soares, líder da equipa.
Mas as preocupações vão ainda mais longe: “As matérias-primas utilizadas ajudam o próprio ambiente. A plantação de leguminosas, por exemplo, contribui com azoto orgânico, que torna os solos mais férteis.” Além disto, os ingredientes utilizados na feijoada vegetariana — feijão, cogumelos, couve e enchidos — são “maioritariamente produtos nacionais”. As estudantes acreditam que “se houver mais produtos que tenham por base leguminosas, há um maior incentivo à produção em Portugal”. Já a embalagem, que funciona como uma marmita, é reciclável e feita de produtos reciclados.
A vitória no concurso valeu-lhes o prémio Ecotrophelia Gold, que engloba dois mil euros, 1500 euros em serviços de SenseProfilling pela empresa SenseTest, 1500 euros em serviços pela empresa Market Access e um curso intensivo de inglês pelo British Council. As vencedoras terão ainda oportunidade de rumar ao Salão Internacional de Alimentação (SIAL), em Paris, para representar Portugal na competição europeia do prémio.
Os Ecotrophelia Prata e Bronze foram atribuídos aos projectos Legutê e Os Drechies, que arracadaram prémios de 1000 e 500 euros, respectivamente. A Legutê dedica-se à produção de patês de leguminosas — ervilha, feijão e tremoço — que provêm de desperdícios da indústria alimentar. Os Drechies utilizam um subproduto da cerveja, o dreche, para criar snacks salgados. Além de conseguirem o terceiro lugar, alcançaram ainda o prémio Born From Knowledge, que oferece acompanhamento à equipa, durante 12 meses, pela Agência Nacional de Inovação, e a oportunidade de participar também na SIAL, em Paris. As três equipas vencedoras recebem ainda um serviço de diagnóstico e consultoria de propriedade industrial aos projectos pela empresa Patentree.
O prémio Ecotrophelia Portugal é promovido pela PortugalFoods e pela Federação das Indústrias Portuguesas Agro-Alimentares (FIPA) e, de acordo com Carla Teixeira, coordenadora do Ecotrophelia Portugal, a ambição é “desafiar a criação de competências, estimular para a eco-inovação e, posteriormente, identificar os canais para potenciar a chegada dos produtos ao mercado”. A edição deste ano contou com o mesmo número de candidaturas da edição anterior (16), mas "envolveu mais instituições" (14).