Bascos vão apoiar a moção de Sánchez e abrem caminho à queda de Rajoy

O Partido Nacionalista Basco, decisivo para o desfecho da votação, confirmou que vai apoiar a moção socialista e assegura o apoio necessário para que Sánchez derrube o Governo espanhol.

Foto
LUSA/JUAN CARLOS HIDALGO / POOL

O Partido Nacionalista Basco (PNV) confirmou, no debate sobre a moção de censura apresentada pelo PSOE, que vai apoiar os socialistas assegurando a Pedro Sánchez os votos necessários para derrubar o Governo de Mariano Rajoy.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O Partido Nacionalista Basco (PNV) confirmou, no debate sobre a moção de censura apresentada pelo PSOE, que vai apoiar os socialistas assegurando a Pedro Sánchez os votos necessários para derrubar o Governo de Mariano Rajoy.

Na primeira parte do debate, na manhã desta quinta-feira, a palavra foi de Pedro Sánchez, líder socialista, e de Rajoy. O primeiro pediu insistentemente ao primeiro-ministro para se demitir. Na sua intervenção, Sánchez piscou o olho a catalães e a bascos: aos primeiros disse que, caso venha a liderar o Governo, vai encetar conversações profundas com a Generalitat sobre o processo independentista. Aos segundos garantiu que vai manter o Orçamento do PP, que espera ainda aprovação no Senado.

Rajoy, por sua vez, argumentou que o líder socialista quer subir ao poder a todo o custo pois não o consegue fazer em eleições.

O chefe do Governo não foi à segunda parte do debate tal como fez durante a discussão da moção de censura apresentada pelo Podemos no ano passado. Questionados pelos jornais espanhóis, vários dirigentes do PP afirmaram desconhecer o paradeiro de Rajoy.

Com a confirmação do apoio basco, o PSOE tem o apoio assegurado de Podemos, Esquerda Republicana da Catalunha (ERC), PDeCAT (Catalunha), Compromís (Valência) e Nueva Canarias. Tudo isto faz com que estejam garantidos 178 votos. São necessários 176 para que a moção seja aprovada.

O PNV afirmou que não quer que se realizem eleições gerais antecipadas já, o que não é também a intenção de Sánchez, que pretende chefiar um Governo transitório mas durante um período relativamente longo. Por outro lado, os bascos foram decisivos para a aprovação do Orçamento do Estado para este ano preparado pelo executivo de Rajoy, depois de negociações onde conseguiram várias concessões para a região.

Na sexta-feira decorre a votação onde se formalizará a aprovação da moção de censura, a correspondente queda de Rajoy e transferência de Sánchez para a Moncloa. No entanto, perante esta situação, o cenário de demissão do ainda presidente do Governo espanhol antes da votação é apontado como uma possibilidade, algo que evitaria que o socialista subisse já ao poder.

No entanto, María Dolores de Cospedal, secretária-geral do PP, garantiu que Rajoy não se vai demitir. Isso, disse Cospedal, “não beneficiaria o interesse geral da Espanha”.