Há um novo Samba nos 400m barreiras

Qatari estabeleceu o recorde asiático, com 47,48s, em Roma. Na velocidade, Ronnie Baker impôs-se nos 100 metros.

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Reuters/TONY GENTILE

Mesmo com grandes atletas em evidência ao longo das duas últimas décadas e meia, a prova masculina dos 400m barreiras pareceu sempre uma daquelas em que o recorde mundial estaria grudado “para sempre”. Mas desde eta quinta-feira, pelo menos, por ocasião em Roma do quarto meeting da Liga de Diamante do atletismo da temporada, esta certeza pode ser questionada, com a exibição do qatari Abderrahman Samba.

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Mesmo com grandes atletas em evidência ao longo das duas últimas décadas e meia, a prova masculina dos 400m barreiras pareceu sempre uma daquelas em que o recorde mundial estaria grudado “para sempre”. Mas desde eta quinta-feira, pelo menos, por ocasião em Roma do quarto meeting da Liga de Diamante do atletismo da temporada, esta certeza pode ser questionada, com a exibição do qatari Abderrahman Samba.

Com uma prova de enorme fluidez, Samba terminou com um novo recorde asiático de 47,48s, de longe a melhor marca mundial do ano, e que substituiu a que ele próprio fizera recentemente no meeting de Doha, portanto em casa, com 47,57s. O mais extraordinário é que este jovem, nascido a 5 de Setembro de 1995, está apenas na sua segunda temporada nos 400m barreiras, por muitos considerada a prova mais dura do atletismo.

No ano passado surpreendeu logo no início, ao fazer 48,31s na África do Sul, e agora mostra uma evolução a galope. Os 47,48s passam a colocá-lo a par do alemão Harald Schmid, longos anos recordista europeu, em 14.º lugar da lista mundial de sempre, e nesta quinta-feira serviram também para “rebocar” o campeão mundial de 2017, o norueguês Karsten Warholm, para um brilhante recorde nacional de 47,82s, batendo a marca de 48,22s que trazia do ano passado.

Nos 400m barreiras há um único atleta e um único resultado abaixo de 47 segundos, graças aos 46,78s que o americano Kevin Young obteve em Barcelona, nos Jogos Olímpicos, a 6 de Agosto de 1992. Será que Samba pode vir a ser o próximo nessa casa quase deserta?

Outro atleta em grande evidência foi o norte-americano Ronnie Baker. Há uma semana vencera os 100m no meeting de Eugene com 9,78s e, embora com vento, desta vez voltou a ganhar e com 9,93s estabeleceu a melhor marca mundial do ano. Muitos anos depois a Itália poderá ter encontrado um velocista do calibre do já desaparecido Pietro Mennea, dado que Filippo Tortu, a cumprir a primeira época como senior, foi terceiro com 10,04s, a um centésimo do seu máximo pessoal de há a dias e adiante do vice-campeão mundial, Christian Coleman.

Em pleno continuou o sul-africano Luvo Manyonga, ao retocar para 8,58m a sua melhor marca mundial do ano no salto em comprimento.

Dois atletas portugueses estiveram na reunião: no lançamento do disco feminino, Irina Rodrigues foi nona, com 55,75m, em prova dominada pela líder mundial croata Sandra Perkovic (68,93m); no salto com vara masculino, em que triunfou o americano Sam Kendricks, o recordista nacional Diogo Ferreira falhou as três tentativas na fasquia inicial de 5,36m, e quedou-se sem marca.