Desemprego no nível mais baixo em 14 anos. Emprego abranda

Taxa de desemprego caiu para 7,5% em Março e para 7,4% em Abril. Já a população empregada diminuiu nestes dois meses.

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Desemprego está em níveis bastante baixos, mas o mercado de trabalho pode estar a estagnar Paulo Pimenta

A taxa de desemprego caiu para 7,5% em Março, atingindo o valor mais baixo dos últimos 14 anos, e as estimativas apontam para uma nova queda em Abril para 7,4%. Mas os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), divulgados nesta quarta-feira, trazem alguns sinais de que o mercado de trabalho está abrandar, uma vez que nos dois últimos dois meses a população empregada reduziu-se.

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A taxa de desemprego caiu para 7,5% em Março, atingindo o valor mais baixo dos últimos 14 anos, e as estimativas apontam para uma nova queda em Abril para 7,4%. Mas os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), divulgados nesta quarta-feira, trazem alguns sinais de que o mercado de trabalho está abrandar, uma vez que nos dois últimos dois meses a população empregada reduziu-se.

Embora tenha revisto a taxa de desemprego de Março de 7,4% para 7,5%, o INE nota que ela é inferior à registada em Fevereiro (7,6%) e no período homólogo de 2017 (9,7%). De acordo com o instituto, é preciso recuar 14 anos, até Abril de 2004, para encontrar uma taxa de desemprego inferior.

Em Abril, a expectativa do INE é que o desemprego continue a cair, desta vez para 7,4%, afectando 381,4 mil pessoas.

Apesar destas melhorias, começam a surgir sinais de que o mercado de trabalho em Portugal poderá estar a registar algum abrandamento. A população empregada em Março diminuiu ligeiramente (menos 4500 pessoas) para 4 776,7 mil em relação ao mês anterior. E, em Abril, o INE espera que a queda face ao mês anterior seja mais pronunciada. As estimativas apontam para um recuo de 110.200 pessoas empregadas em relação a Março.

Seguindo a tendência da população empregada, a população activa também recuou em cadeia, tanto em Março como em Abril. 

Embora assentem numa metodologia diferente, os dados trimestrais do INE, divulgados a 9 de Maio, também davam conta de um abrandamento na criação de emprego no arranque do ano. Tal como já tinha acontecido no final de 2017, a criação de novos empregos nos primeiros meses de 2018 foi quase nula. De um trimestre para o outro, mais 1800 pessoas entraram para a categoria da população empregada, o que corresponde a um crescimento trimestral de apenas 0,04%.

O INE divulga todos os meses dados sobre a evolução do mercado de trabalho em Portugal, complementando as estatísticas trimestrais. Mas há diferenças metodológicas entre os números trimestrais e os mensais, o que leva a que todos os meses o INE faça uma revisão dos dados mensais.

Os dados destacados pelo INE são ajustados dos efeitos sazonais. Se este efeito não for tido em consideração, a taxa de desemprego em Março foi de 7,7% e em Abril de 7,4%.