Jogadores do Marítimo dizem ter sido aliciados para perder com o Benfica

Uma das testemunhas acrescenta que o plantel do Marítimo foi também contactado pelo Sporting para vencer o Benfica em troca de 400 mil euros.

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Indivíduos, em nome do Benfica, terão oferecido dinheiro a jogadores do Marítimo para perderem com as "águias", segundo a SIC Enric Vives-Rubio

A Polícia Judiciária e o Ministério Público estarão a investigar o encontro entre o Marítimo e o Benfica na 33.ª e na penúltima jornada da época 2015/2016, que deu a vitória aos benfiquistas, avançou nesta quarta-feira a SIC. Numa reportagem transmitida pelo canal televisivo, dois jogadores do Marítimo — que falaram sob anonimato — afirmam ter sido aliciados para perder propositadamente o jogo contra o Benfica.

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A Polícia Judiciária e o Ministério Público estarão a investigar o encontro entre o Marítimo e o Benfica na 33.ª e na penúltima jornada da época 2015/2016, que deu a vitória aos benfiquistas, avançou nesta quarta-feira a SIC. Numa reportagem transmitida pelo canal televisivo, dois jogadores do Marítimo — que falaram sob anonimato — afirmam ter sido aliciados para perder propositadamente o jogo contra o Benfica.

Na conversa relatada por um dos jogadores, identificado como “Pedro”, e tida entre este e alegados intermediários do Benfica, é pedido ao jogador que não remate nem jogue como o habitual. Em troca receberá 40 mil euros. Os alegados intermediários do Benfica pedem então que não comente aquela conversa com ninguém, sublinhando que “o Benfica é muito grande”.

O encontro durou dois a três minutos e teve lugar dois dias antes do jogo, no Pestana Casino Parque. Depois desse encontro, o jogador que falou sob anonimato nunca mais terá sido contactado.

A um segundo jogador, com o nome falso de “Armando”, ter-lhe-á sido oferecido por César Boaventura um contrato com o Benfica caso o Marítimo perdesse aquele jogo. O mesmo jogador diz ainda que Paulo Gonçalves, o assessor jurídico do Benfica que está a ser investigado no caso dos emails, estará ligado a estes processos de aliciamento. 

Contactado pela SIC, César Boaventura, empresário de futebol, confirmou que esteve no Funchal na véspera do jogo, mas nega qualquer aliciamento. "Eu nunca contactei nenhum jogador e quem disser o contrário tem de fazer prova disso. Isso não faz sentido, é uma coisa bárbara. Mas na verdade é uma coisa que tem de ser desmontada e é preciso saber de onde vem", acusando o Sporting de estar a comprar jogadores para inventar estas acusações.

"Estive no Funchal em 2016, não consigo precisar a data, para falar com um jogador que estava em final de contrato com o Marítimo. É essa a minha função, sou agente de jogadores. Não trabalho nem para o CashBall nem para o 'Apito Dourado'. O Sporting anda a comprar jogadores para andarem a mentir, assim como outras instituições tentaram fazer o mesmo comigo", defendeu-se o empresário, em declarações à SIC. 

Também numa resposta ao canal televisivo, o Benfica acredita que "o momento e a forma pouco transparente de quem levanta esta insinuação visa tão só desviar atenções de processos, esses sim com arguidos constituídos e milhares em cofres", numa alusão à operação CashBall que envolve o Sporting e o director-geral do futebol do Sporting, André Geraldes, e que investiga um esquema de corrupção para beneficiar os resultados do Sporting. 

Sporting ofereceu 400 mil euros para Marítimo vencer Benfica

A mesma reportagem dá conta de um contacto feito pelo Sporting também à equipa do Marítimo para que derrotasse a todo o custo o Benfica. Em troca, a equipa receberia 400 mil euros. Uma das testemunhas citadas pela SIC diz que a quantia, que daria a cada jogador aproximadamente 13 mil euros, foi recebida como uma proposta tentadora por atletas que estavam, à data, com salários em atraso. A partir de 2017 o que viria a ser conhecido como “jogo da mala” passaria a ser crime.

Também numa resposta ao canal televisivo, o Sporting nega ter oferecido qualquer tipo de incentivo para ganhar ou perder, mas sublinha que à época este tipo de incentivos para ganhar não constituía uma ilegalidade.